“... Sob a Tua Palavra lançarei as redes" (Lc 5.5b)


'O Teu caminho, ó Deus, é de santidade.

Que Deus é tão grande como o nosso Deus?

Tu és o Deus que opera maravilhas e, entre os povos, tens feito notório o teu poder" (Sl 77.13-14)


quarta-feira, 28 de agosto de 2013

'Abelhas, receita de pamonha e amigos que alegram o coração'


Leomam e eu ministramos vários cursos de Apicultura pra produtores rurais, pelo SEBRAI-SAI. Um dia, chegamos à cidade Santa Cruz de Esperança. No intervalo da primeira aula, uma jovem senhora (Wânia) pergunta: - 'Você é evangélica?'

Naquele momento, estava iniciando uma linda e preciosa amizade. Uma afinidade, uma ligação tão forte que enche os nossos corações de ternura. Fico pensando, será que é o sangue de Jesus que nos aproxima, nos ajunta, nos envolve de um modo tão incrível? Só pode!
Uma noite fria, Wanda com sua hospitalidade extraordinária diz: - 'Regina, depois da aula estou esperando vocês na fazenda com um prato especial - quirera com galinha caipira'. Vocês não acreditam! É fantástico!

Dalí pra cá, inúmeras visitas a Fazenda Posses onde desfrutamos da companhia destes irmãos, com muita música, luaus (em noites estreladas e chuvosas), cultos, jogos de vôlei e futebol, mergulho na represa, carros atolados, finais de ano, aniversários, estudos bíblicos do Leomam na Igreja Metodista da fazenda, caminhadas, muita degustação e conversas edificantes. Inesquecível!!!
Sinto-me totalmente em minha casa, tamanho o acolhimento da Wanda, Wânia, Dimar, Paulo e seus cônjuges, filhos e netos!

Ainda à convite de Paulo/Zete e do seu sogro Pastor Samuel/Irmã Ciria, estivemos ministrando por 2 vezes, pras senhoras do Círculo de Oração e casais, na Igreja Assembléia de Deus, em Mauá (SP). 

O que é a felicidade? É isto! Amigos mais chegados que um irmão (Pv 18.24), antevisão da eternidade! Sou grata a Deus pelo privilégio de conhecê-los.

“O olhar de amigo alegra ao coração;

As boas-novas fortalecem até os ossos” (Pv 15.30)





segunda-feira, 26 de agosto de 2013

'Espremendo o pus das feridas emocionais!'

Lembra daquela garotinha de 9 anos, Phan Thi Kim Phúc, retratada por Nick Ut durante a Guerra do Vietnã, em 1972? Ela corria nua, com mais da metade do seu corpo queimando por napalm (líquido inflamável à base de gasolina gelificada). Napalm queima por baixo da pele, profundamente. A dor deve ser aterrorizante!
Kim ficou mais de um ano num hospital onde passou por 17 cirurgias. Até hoje, sente muita dor e seu sono é interrompido, freqüentemente, por terríveis pesadelos.
Phan Thi Kim Phúc, em fotografia histórica tirada por Nick Ut
Kim Phúc (foto de Nick Ut, 1972)
Kim Phúc e seu filho Thomas, em 1995
Kim Phúc e seu filho, 1995*









        Kim tornou-se o símbolo não somente da Guerra do Vietnã como também da dor atroz e injusta resultante da violência humana. 
        Numa entrevista para a Revista Veja* contou que o sofrimento a transformara numa pessoa amarga, cheia de ódio, emocionalmente perturbada. Ainda em tratamento médico, mudou-se para o Canadá onde, em 1982, tornou-se cristã e aprendeu com Deus a perdoar, a amar e a orar pelos seus inimigos, independente das circunstâncias. Só então, começou a sentir-se melhor, curada no seu interior. Ela declara:
'A dor física permanece, mas agora eu me sinto livre'
        Declara que o seu propósito é o de ajudar pessoas machucadas (físico e emocional).
        Hoje (27/10/15), 40 anos após a tragédia, tivemos a notícia que Kim Phuc poderá ter suas dores e cicatrizes amenizadas por meio de um tratamento a laser que será realizado em Miami (EUA), sob a direção do médico Jill Waibel.**

        Dores físicas e cicatrizes são marcas difíceis de serem enfrentadas, no dia a dia. Entretanto, especialistas afirmam que a dor da alma pode doer mais ainda.  A falta de perdão pode resultar em insônia, depressão, hipertensão arterial, susceptibilidade do sistema imunológico a enfermidades, ataques cardíacos, aumento da probabilidade do surgimento ou agravamento de muitas doenças. Segundo os especialistas, o perdão gera a cura, amadurecimento e libertação interior.

        Deus nos ensina que perdão não é opcional, é obrigatório. 
        Perdoar é uma decisão pessoal, intransferível, incondicional e não tem limites (Mt 18.21-22).
"Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, 
perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou" (Ef 4.32).
        Ter consciência do perdão de Deus e o tanto que somos imerecedores deste perdão gera uma disposição de perdoar quem nos ofendeu.

        A 'Oração do Pai Nosso' (Mt 6.9-13), ensinada por Jesus, é um pedido de perdão a Deus, na MESMA medida em que perdoamos o nosso próximo. Jesus enfatiza: "se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas" (Mt 6.15).

        Jesus Cristo ainda nos diz que se estivermos orando e, no coração, guardamos mágoa de alguém, precisamos perdoar pra desfrutarmos também do Seu perdão (Mc 11.25-26).

        Jesus Cristo disse ainda que seremos conhecidos como seus discípulos pelo amor que expressamos pelo outro (Jo 13.34-35). Amar quem é amável é fácil. O amor deve ser expresso também, sem sombras de ressentimentos ou retaliações, a quem nos aborrece!
        Na verdade, as pessoas menos amáveis, são as que mais precisam do nosso amor. Se Deus nos colocou perto delas, é pra que, em obediência, pratiquemos o que Ele tem nos ensinado. É negar ao 'eu' e ser digno do nome de cristão (Mt 10.38; Lc 9.23). 
        
        Certa ocasião fiz uma pequena ferida no pé, decorrente de uma simples bolha. Não deixava ninguém retirar totalmente o pus que se formou, e a ferida começou a crescer e a prejudicar todo o meu corpo. Meu pé ficou vermelho, inchado e quente. Só fui sarar completamente quando permiti que o médico limpasse profundamente, esfregando a ferida e retirando todo o pus.
        Pode começar com uma simples bolha ou até ser uma ferida muito profunda, porém quando alimentamos mágoas, todo nosso interior é contaminado, dando brecha à ação do inimigo e impedindo a ação restauradora de Deus.
       Perdoar é um rasgar do coração, é quebrantamento, é ir até a pessoa que nos ofendeu, com humildade, é pedir perdão, liberar perdão. Isso pode doer muito, mas só assim haverá cura.
        
        Lembro-me de um pastor que quando se lembrava de pessoas que o magoaram, ele impedia que a ira voltasse, dizendo: 'Tá perdoado, em nome de Jesus!' e, então, começava a louvar a Deus e, logo, seus pensamentos eram ocupados por bons sentimentos:
"Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento... e o Deus da paz será convosco" (Fp 4.8)

Sempre é bom relembrar:
"Plante um pensamento, colha uma ação;
Plante uma ação e colha um hábito;
Plante um hábito e colha um caráter;
Plante um caráter e colha um destino (Stephen Covey)

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~//~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Segue uma meditação do Rev. Hernandes Dias Lopes, postada no facebook (17/08/13):

CUIDADO COM O RESSENTIMENTO, ISSO SECARÁ SUA ALMA
O ressentimento é o congelamento da ira.
É armazenar memórias amargas.
É guardar no cofre da alma reminiscências dolorosas.
É impossível ter saúde emocional sem fazer uma faxina da mente e uma assepsia da alma.
Se você guardar ressentimento, isso secará sua alma, roubará sua saúde e romperá sua comunhão com Deus.
Esprema todo o pus de suas feridas emocionais.
Tome a decisão de perdoar aos outros e a si mesmo.
E assim, você receberá o perdão de Deus e viverá uma vida feliz!
'O perdão cura, liberta e restaura. O perdão faz uma faxina na mente, uma assepsia na alma, produzindo uma alforria no coração' (HDL, 18/08)


~~~~~~~~~~~~~~~~~~//~~~~~~~~~~~~~~~~~

       Que tal ir à Presença de Deus e pedir que Ele o ajude a espremer, a drenar, agora mesmo, todo o pus de suas feridas emocionais? 
       Ele o ajudará a procurar o seu ofensor e a liberar perdão, se não por 'vontade, interior de perdoar' mas pela disposição em obedecer ao Pai - é o carregar a cruz da humildade, da submissão! Deus conhece sua luta interior e a intenção do seu coração.
'Agrada-te do Senhor e Ele satisfará os desejos do teu coração' (Sl 37.4)

http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/a-dor-fisica-permanece-mas-agora-eu-me-sinto-livre

** http://veja.abril.com.br/noticia/mundo/40-anos-depois-icone-da-guerra-do-vietna-trata-suas-queimaduras-nos-eua


sábado, 24 de agosto de 2013

''Planos insondáveis de Deus - histórias reais"

“O que vocês fizerem, façam de todo o coração,
como se estivessem servindo o Senhor e não as pessoas” (Cl 3.23- NTLH))
Manhã de agosto. Fellipe Dourado, um jovem de 22 anos foi até uma universidade em Brasília para ter o seu primeiro dia de aula. Não havia aula, Fellipe sai do prédio (câmera documenta) e desaparece*.
A família, amigos, irmãos na fé se unem na divulgação do seu desaparecimento pela internet, mídia, muros da cidade.  Após 13 dias de incansáveis buscas, um morador de rua reconhece o rapaz deitado em um papelão, sob uma árvore e alerta a polícia.
A família, agradecida, quis recompensar financeiramente este homem, porém ele não aceitou. Contou que viera do Pará em busca de emprego e recaíra no vício das drogas. Pedia somente que o internassem num centro de recuperação pra dependentes químicos**.

Confesso que fiquei muito emocionada ao acompanhar este caso pelo ‘facebook’ e ver nossas orações atendidas, o reencontro de uma família que não desistiu de seu filho.

Li também a história comovente de uma jovem sergipana, professora universitária. Com dois anos de idade estava no mercado municipal de Aracaju brincando na lama e sua mãe ao lado morta, num banco com um recém nascido no colo. Depois de vários lares adotivos, orfanatos, fez um curso técnico de enfermagem que lhe proporcionou um emprego e condições de sustento pra cursar duas faculdades: Serviço Social e Psicologia***.

Há também a história do morador de rua que hoje é empresário de sucesso, com 17 franquias de venda de tapioca****.

Quantos ensinamentos! Aprendo que:
1. Todas as pessoas que passam do nosso lado tem uma história de vida peculiar, traumas, lutas e devem ser respeitadas e tratadas com dignidade.
Não importa o momento em que estão vivendo. Não podemos e não devemos ser indiferentes ou ranzinzas! Entretanto, como isto é difícil num mundo tão cheio de más intenções, violência, maldade!
Leomam, certa feita, deu dinheiro pra um casal de idosos que esteve em nossa igreja pra pedir ajuda pra voltar pra sua cidade (350 km de distância). Semanas depois, por coincidência, tivemos que ir até esta cidade e fomos no endereço que tinham dado e não tinha casa com aquele número. Ele disse: - ‘É muito triste, mas ofertaria novamente!’
Ah, como eu gostaria e peço a Deus que nos dê discernimento pra sairmos de nossa comodidade e nos dispormos a ajudar as pessoas que realmente querem e precisam ser ajudadas.
Da mesma forma, jamais podemos desistir de buscar e orar pelos nossos amigos e familiares (mesmo os afastados, sejam quais forem os motivos).
     
2. Nada, nada mesmo é por acaso! Para os que crêem em Deus não existe coincidência e sim, providência!!!
O morador de rua está tendo sua oportunidade de reagir, libertar-se dos vícios e tornar-se um novo homem, digno, capacitado pra boa obra.

3. Podemos e devemos lutar sempre. Mesmo as menores oportunidades, com a ajuda de Deus, podem se transformar em algo extraordinário. 
O morador de rua agarrou a oportunidade de se libertar do vício, a jovem adotada aproveitou a oportunidade de fazer uma faculdade e espero que Fellipe agarre a oportunidade de ser feliz junto a família que o ama tanto! 
Histórias reais (verdadeiras) e reais (nobres)!

Mas, principalmente, aprendo com esta história sobre o amor e os planos inescrutáveis de Deus. Um Deus presente, que age e nenhum dos Seus propósitos será impedido de se realizar (Jó 42.2).
Que possamos ouví-Lo, obedecê-Lo, termos sensibilidade pra perceber as oportunidades que Ele nos oferece pra embelezarmos e enriquecermos, cada dia mais, a nossa história de vida, o legado que estamos construindo, fazendo diferença por onde quer que andemos.

Vamos começar agradecendo a Deus pela nossa pátria: grande, fecunda e bela. Terra cheia de oportunidades.
Lembrei-me do poema de Olavo Bilac: Soneto à Pátria: 
"Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!
Criança! Não verás nenhum país como este!
Olha que céu! Que mar! Que rios! Que floresta!
A Natureza, aqui perpetuamente em festa,
É um seio de mãe a transbordar carinhos.
Vê que a vida há no chão! Vê que vida há nos ninhos
Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!
Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!
Vê que grande extensão de matas, onde impera
Fecunda e luminosa, a eterna primavera!
Boa terra! Jamais negou a quem trabalha
O pão que mata a fome, o teto que agasalha...
Quem com o seu suor a fecunda e umedece,
Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece.
Criança! Não verás nenhum país como este! 
Imita na grandeza a terra em que nasceste!"

'Tantas oportunidades!!!'
Mas, acima de tudo, aprendamos a amar com Deus (nosso mestre na matéria de amor) pra enxergarmos e usarmos as oportunidades de servir o outro, com sabedoria:
'Ama e faz o que quiseres. Se calares, calarás com amor; se gritares, gritarás com amor; se corrigires, corrigirás com amor; se perdoares, perdoarás com amor. Se tiveres o amor enraizado em ti, nenhuma coisa senão o amor serão os teus frutos' (Santo Agostinho)

Fontes:


quarta-feira, 21 de agosto de 2013

'Foi pro estojo'

Tem uma ilustração interessante sobre o lápis: cada um de nós seria um lápis, criado por Deus com o propósito de deixar marcas específicas e construir uma história extraordinária. 
Tenho aprendido, nos últimos tempos, que há períodos em que o lápis fica dentro do estojo. 

Lembrei-me de uma meditação que escrevi tempos atrás sobre o peixe-pulmonado (Protopterus spp)*.     
Na seca, a água dos rios se reduz e o peixe pulmonado, de origem africana, sobrevive enterrando-se na lama e reduzindo o seu metabolismo num sono profundo. Com as chuvas, os peixes retornam às suas atividades.
Há momentos em que Deus coloca vírgulas em nossa história, pausa na música da nossa vida e nos coloca dentro do estojo. 
Sem enxergar alternativas, mudanças, há quem coloque interrogações, dúvidas no amor de Deus. Diz que foi abandonado, que Deus se esqueceu dele. Alguns revoltam-se, precipitam-se, iniciando projetos alheios a Sua vontade.
A ansiedade pode adoecer o nosso coração e a precipitação prolongar ou complicar situações que seriam passageiras.

Precisamos aprender que há momentos em que Deus coloca vírgulas para que aprendamos a esperar e a confiar n’Ele ou mesmo pra que amadureçamos pra novos e extraordinários projetos. O que seria da música sem as pausas?
“... Eu sou o Senhor e que os que esperam em mim
não serão envergonhados” (Is 49.23b)

Em tudo, vale lembrar que se estamos vivos é porque nossa história ainda não acabou. Se Deus não colocou ponto final é porque há algo mais. 

Conta-se que, certo pastor conferencista, ficou muito doente, impossibilitado de atender os seus muitos convites. Com seu ministério no auge, ficou muito aborrecido. Entretanto, depois de muita oração entendeu que Deus tinha dado um tempo a ele pra que descansasse e aprendesse mais d'Ele e com Ele. Foi pro estojo! 

Ir pro estojo é muito bom! 
Tempo de reflexões, de tratamento! Tempo de rever prioridades. Usar a nossa memória como halterofilismo pra nossa fé!
'No estojo', devo colocar pontinhos e aguardar a determinação de Deus.

       Os animais preparam-se para hibernar armazenando gordura no corpo que auxiliará na sobrevivência. Da mesma forma, a Palavra de Deus no nosso coração nos sustenta, anima, orienta os nossos passos como bússola.  
       'No estojo' podemos desfrutar, digerir com tempo a Palavra do Pai que nos consola, restaura. Ela faz nossos olhos brilharem, fortalece os ossos, endireita nossa coluna e, no devido tempo, nos coloca de pé para avançar. 
“Ah, se o meu povo me escutasse, se Israel andasse nos meus caminhos! 
Eu, de pronto, lhe abateria o inimigo... Eu o sustentaria com o trigo mais fino e o saciaria com o mel que escorre da rocha” (Sl 81.13-16).

Oração: “Senhor, agradeço pela Sua Palavra que é vida, orientação. Que ela ilumine os meus passos, traga sustento e esperança, nos bons e nos maus dias. Que o meu prazer esteja na Sua Lei e n’Ela eu medite de dia e de noite. Que eu anseie por ela como terra seca pela água da vida. Meu Deus e Pai, aumente a minha fé de modo que, nas pausas da vida, eu espere pelo Senhor com tranquilidade e paciência. Em nome de Jesus, amém”.
Em Teus braços (Salomão L. Ginsburg)
“... Em Teus braços eu me escondo,
Onde sempre quero estar;
Ao Teu lado, protegido,
Eu desejo caminhar.

Em Teus braços eu me escondo,
Pois sem Ti não posso andar...
Dá-me abrigo nos Teus braços
E protege-me, Senhor!...”







sábado, 17 de agosto de 2013

'Deus muda nossa sorte!'

          Conta uma lenda que uma mulher muito pobre, com uma criança no colo, foi convidada por uma ‘voz misteriosa’ a entrar numa caverna e apanhar tudo que desejasse, no decorrer de 5 minutos. Após este tempo, a porta se fecharia para sempre. A voz lembrava: - ‘Não se esqueça do principal’. A caverna estava lotada de ouro e pedras preciosas. A mulher colocou a criança no chão e, freneticamente, catava tudo que podia. A voz disse: - ‘Falta um minuto’. A mulher saiu correndo da caverna com os braços cheios de riqueza e ouviu a porta se fechar atrás de si. Então, lembrou-se da sua filhinha que tinha ficado dentro da caverna, para sempre.
           Assim pode ser a vida. Preocupação em ‘catar, catar e catar’ e, perde-se o principal, os relacionamentos (com Deus, família, amigos). Triste troca, estúpida prioridade.

Certo homem, chamado Josias, reinou durante 31 anos (636-609 a.C) sobre Judá (2 Cr 34.1). Construiu um legado admirável e exemplar que muito nos ensina:

1.  No mundo espiritual, a genética não é decisória sobre o nosso futuro.
Repetir os erros dos pais, dos que convivem conosco é decisão pessoal. Precisamos respeitar os marcos antigos de nossos pais da fé e não, necessariamente, dos nossos pais biológicos.
       Josias não seguiu os caminhos do seu pai Amom, homem culpável perante Deus (2 Cr 33.23-25). Entretanto, mudou a história do seu povo quando decidiu fazer o que era reto perante o Senhor (2 Rs 22.2). Sábia decisão!  

2.  As nossas decisões podem afetar o presente e o futuro dos que convivem conosco.
Josias não deixou que o povo continuasse no erro (2 Cr 34.33).
‘Tudo que fazemos ou falamos coloca
em funcionamento engrenagens,
 com efeitos irreversíveis, imediatos e eternos’  (Rev. Magno Paterline).

Este conhecimento nos desafia a zelarmos por nossas atitudes e palavras visando melhorar o nosso futuro e o futuro dos que partilham esta jornada conosco.
Os resultados de nossas decisões respingam em todos que convivem conosco.
Devemos ainda cuidar pela escolha dos nossos líderes. Suas decisões podem abençoar ou amaldiçoar nosso futuro.

3.  Quando decidimos buscar a Deus, Ele se deixar achar e o nosso destino é transformado:
“Buscar-me-eis, e me achareis,
quando me buscardes de todo o vosso coração.
Serei achado de vós, diz o Senhor,
 e farei mudar a vossa sorte…” Jr 29.13-14
Josias experimentou esta promessa de Deus. Buscou a Deus com arrependimento e choro (2 Rs 22.19) e Deus permitiu que a Sua Palavra (onde expressa a Sua vontade) fosse encontrada. Josias faz aliança com Deus (2 Rs 23.3) e uma profunda reforma religiosa. A sorte de Josias e do seu povo é mudada.

Hoje, há igrejas doutoras em grandes ajuntamentos solenes, algumas travadas e ritualísticas, outras recheadas de emoções. Muitas delas lideradas por catedráticos titulados, mas, a Palavra de Deus foi-se do seu coração. Foi-se a comunhão; o relacionamento com o Pai, com os irmãos de fé; o rumo, a diretriz.
“O meu povo está sendo destruído,
porque lhe falta do conhecimento...” (Oséias 4.6)
Está faltando a busca de Deus e da Sua Palavra com entusiasmo, com CAFÉ (Coração, Alma, Força e Entendimento) para um novo vigor, mesmo nas intempéries (Marcos 12.30).
     
4. A busca de Deus traz foco, prioridades honradas, projeto de vida.
   Josias tinha projeto de seguir a Deus (submissão); guardar a Sua Palavra (fidelidade) e cumpri-la, em todo tempo (obediência) (2 Cr 34.31). E a sua sorte foi mudada! Josias deixou um legado digno.
“Antes dele não houve rei que lhe fosse semelhante,
que se convertesse ao Senhor de todo o seu coração,
e de toda a sua alma, e de todas as suas forças,
segundo toda a Lei de Moisés, e depois dele, nunca se levantou outro igual” (2 Rs 23.25).

Que tragamos a Palavra de Deus em nosso coração,
que estejamos mais próximos do Pai e de Sua vontade,
construindo um herança incorruptível!

A ELE e, somente a ELE, toda Glória e toda nossa adoração!!!!
Soli Deo Gloria!!!


sexta-feira, 16 de agosto de 2013

'O que te importa?'

Ontem foi feriado em Uberlândia (MG) e, incontáveis romeiros, viajaram 80 quilômetros a pé e, parte da caminhada de joelhos, pra venerarem uma santa.
É tempo de reflexões! 
É isto que Deus planejou pra nós? Sacrifícios? Ritualismo? 
Como o tradicionalismo, o legalismo, a frieza tem avançado em nosso meio, em nossos ajuntamentos solenes! 
Líderes religiosos que emitem suas opiniões particulares, suas ‘achologias’, sem embasamento na Palavra de Deus!
“Porque dois males cometeu o meu povo: a mim me deixaram, 
o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas,
cisternas rotas, que não retém águas” (Jr 2.13).
Tá faltando choro, tá faltando quebrantamento, tá faltando busca, adoração a Deus, em espírito e em verdade! Somente Ele merece todo nosso louvor, toda nossa adoração!

“Volta, ó Israel, para o Senhor, teu Deus!” (Os 13.1)
No que precisamos voltar? 
Voltar à Sua Palavra, rever conceitos, nos desvencilharmos de tradições que paralisam, que secam o nosso espírito.
“O meu povo está sendo destruído,
porque lhe falta o conhecimento...” (Os 4.6)
Voltar ao primeiro amor, à origem, compreender e divulgar a maravilha do privilégio da Salvação em Cristo Jesus, da comunhão com os irmãos, do partir do pão.

Voltar a Deus com o espírito quebrantado, humilde, disponível!
“Porém Samuel disse: Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à Sua Palavra?
Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar” (1 Sm 15.22)

A Palavra nos afirma que o sacrifício de Jesus Cristo na cruz foi suficiente, foi o bastante para a nossa salvação e que Jesus Cristo é o Único caminho que nos leva ao Pai! “Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6).
O que temos valorizado em nossas vidas?
A Palavra de Deus ou opiniões e tradições alheias a ela?

Jesus Cristo disse: "... que te importa? Quanto a ti, segue-me' (Jo 21.22).
Jesus nos ensina que não é pra olhar o que acontece com o outro. A relação de Jesus comigo e com você é impar, particular. Portanto, cada um deve examinar-se a si mesmo, avaliar, repensar prioridades, valores, os memoriais passados de sua história, particular, com Deus e seguí-Lo! E Ele satisfará os desejos do seu coração (Sl 37.4-5).

"... mas o povo que conhece ao Seu Deus se tornará forte e ativo" (Dn 11.32)
Considerai o passado... É hora de voltar...

"Ainda assim, agora mesmo, diz o Senhor: 
Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; 
e isso com jejuns, com choro e com pranto.

Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao Senhor, vosso Deus, porque Ele é misericordioso... e grande em benignidade" (Joel 2.12-13)

"... O Senhor atentava e ouvia; havia um memorial escrito diante dele para os que temem ao Senhor e para os que se lembram do seu nome. Eles serão para mim particular tesouro..." (Ml 3.16b-17 a)



'Nada era d'Ele'

Estava pensando na bondade e no imensurável amor de Jesus Cristo...
Jesus Cristo, Rei dos Reis, que deixou Seu trono de Glória e, então, sofreu tanta dor, tanta humilhação da parte de homens impertinentes, arrogantes, egoístas. 
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~//~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Lembrei-me da poesia 'Nada era d'Ele', escrita por Giogia Júnior:

Disse um poeta um dia,
fazendo referência ao Mestre amado:
'o berço que Ele usou na estrebaria,
por acaso era dele? Era emprestado!

E o manso jumentinho,
que em Jerusalém chegou montado
e palmas recebeu pelo caminho,
Por acaso era dele? Era emprestado!

E o pão - suave pão
que foi por seu amor multiplicado
alimentando a multidão
Por acaso era dele? Era emprestado!

E os peixes que comeu junto ao lago,
ficando alimentado. Esse prato era seu? Era emprestado!

E o famoso barquinho?
Aquele barco em que ficou sentado
Mostrando à multidão qual o caminho
Por acaso era seu? Era emprestado!

E o quarto em que ceou ao lado dos discípulos
Ao lado de Judas que o traiu, de Pedro, que o negou
Por acaso era dele? Era emprestado!

E o berço tumular, que depois do calvário foi usado
de onde havia de ressuscitar
Por acaso era dele? Era emprestado!

Enfim, nada era dele!
Ma a coroa que Ele usou na cruz era dele!
E a cruz que carregou e onde morreu,
Essas eram de fato de Jesus!

Isso disse um poeta certa vez,
numa hora de busca da verdade;
mas não aceito essa filosofia
que contraria a própria realidade

O berço, o jumentinho, o suave pão,
os peixes, o barquinho, a sepultura e o quarto
eram dele a partir da criação;
Ele os criou - assim diz a Escritura;
mas a cruz que Ele usou, a rude cruz,
a cruz tosca e mesquinha,
onde meus crimes todos expiou,
essa cruz não era sua!
ESSA CRUZ ERA MINHA!

~~~~~~~~~~~~~~~~~//~~~~~~~~~~~~~~~~~~
'Oh, Jesus! Impossível retribuir tantos privilégios, tantos benefícios!
Obrigada Jesus, por ter morrido na cruz em meu lugar.
Obrigada Jesus, por ter dado, voluntariamente, a Sua vida por nós (1 João 3.16). Ninguém seria capaz de tirar Sua vida, mas, por amor, para que vivêssemos juntos na Eternidade, o Senhor mesmo a entregou por nós
Ensina-nos a reconhecermos, dia após dia, a preciosidade deste sacrifício para nossa Salvação, para o nosso existir.
Ensina-nos a obedecê-Lo sempre e, em todo tempo.

Jesus Cristo: Meu refrigério, minha esperança, o renovo para o meu amanhecer.
Jesus Cristo: o perdão que tanto necessito (1 Jo 1.9), o Único e Insubstituível caminho que me leva ao Pai (Jo 14.6).

Ao Senhor, toda nossa gratidão e toda nossa adoração!

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

'Quantos anos você tem?'

          Estava recordando a poesia 'O tempo'. O autor fazia um joguinho divertido de palavras: tempo e conta!
          Critérios interessantes, relativos por um lado e preocupantemente absolutos por outro: 
O tempo (Laurindo Rabelo)
Deus pede estrita conta do meu tempo,
É forçoso do tempo já dar conta;
Mas como dar sem tempo tanta conta,
Eu que gastei sem conta tanto tempo?

Para ter minha conta feita a tempo,
Dado me foi bem tempo e não foi conta.
Não quis sobrando tempo fazer conta,
Quero hoje fazer conta e falta tempo.

Oh! Vós que tendes tempo sem ter conta.
Não gasteis esse tempo em passatempo:
Cuidai enquanto é tempo em fazer conta.

Mas, oh! Se os que contam com seu tempo
Fizessem desse tempo alguma conta,
Não chorava como eu o não ter tempo.

Moisés pede a Deus que o ensine a contar (matemática) os seus dias (o seu tempo) e afirma que nisto está a sabedoria (Sl 90.12). Compreender o valor do tempo e utilizá-lo de modo extraordinário.
Significa trabalhar duro? Sem cessar? Sem passatempo? 
Significa enriquecer? 
Segundo Paladas, de Alexandria, não! No século IV d.C. este escritor vivia num momento inquieto, de grandes mudanças e embates entre a cultura grega e o mundo cristão. Considera em seus versos: 
"Enriqueces, e daí? 
Quando morreres, a riqueza por acaso te seguirá ao te arrastarem para o túmulo? No juntá-la gastaste o teu tempo de vida: não poderias pagar por ela preço mais exorbitante!"

Perguntaram para um sábio quantos anos ele tinha. Ele respondeu: - “Não sei. Sei quantos anos já tive, mas já passaram, não são mais meus”. 
Quantos anos temos disponível para viver nesta terra? Não sabemos! Podem ser dias, meses, anos, décadas. Não importa a estação (do ciclo da vida) que vivemos: Primavera, Verão, Outono, Inverno. É preciso refletir. A Bíblia nos mostra que o modo de contar os nossos dias, a nossa idade pode ser diferente.
Quanto adolescente tive oportunidade de assistir a uma palestra, no Acampamento Palavra da Vida, pelo Prof. Christian Chen, professor de Física Nuclear da USP, sobre a matemática de Deus que me deixou muito impressionada. Estarei relatando algumas informações baseadas também no seu livro (CHEN, s/d).

A questão básica é: “Quantos anos transcorreram entre a saída do povo de Israel do Egito (Êxodo) até o inicio da construção do templo?”
Em Atos 13.18-22 são relatados:
*  40 anos no deserto; 
450 anos de Juízes até Samuel; 
40 anos do reinado do Rei Saul. 
* Após o reinado do Rei Saul, Davi reinou por mais 40 anos (1 Reis 2.11), sendo substituído por seu filho, Salomão.  
* Salomão inicia a construção do templo após três anos de reinado (1 Reis 6.1). 
Somando, obtemos 573 anos desde a peregrinação no deserto até o início da construção do templo.
Entretanto, 1 Reis 6.1 relata o seguinte: “No ano quatrocentos e oitenta, depois de saírem os filhos de Israel do Egito, Salomão, no ano quarto do seu reinado sobre Israel, no mês de zive (este é o mês segundo), começou a edificar a Casa do Senhor”.
Como isto é possível? Há um erro na Bíblia? Considerando os dois períodos apresentados nota-se uma diferença de noventa e três anos (573 – 480 anos = 93 anos). Como fica essa diferença?

Analisando o tempo de escravidão do povo de Israel, como conseqüência de sua desobediência, constata-se o seguinte:
·                    Juízes 3:8: escravos por 8 anos (serviram Cusã)
·                    Juízes 3:14: escravos por 18 anos (serviram Eglom)
·                    Juízes 4:3: escravos por 20 anos (serviram a Jabim)
·                    Juízes 6:1: escravos por 7 anos (serviram os midianitas)
·                    Juízes 13:1: escravos por 40 anos (serviram os filisteus).
Somando o tempo que o povo ficou escravo de outros povos, pela sua desobediência, observa-se um total de 93 anos, exatamente a diferença que verificamos anteriormente.
Podemos entender que estes 93 anos foram nulos, ociosos e em branco perante o Senhor? A Matemática de Deus é diferente! 
Deus disse: “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos” (Isaías 55:8). 

Interessante observar que em Atos, Paulo descrevendo a história do povo de Israel, considerou os 93 anos. 
Por outro lado, o primeiro livro de Reis destaca a atitude dos filhos de Israel diante de Deus. Neste caso, os 93 anos foram descartados.
É como se os filhos de Israel estivessem declarando 573 anos de sua gloriosa história e na realidade o tempo deveria ser contado pelos anos na presença de Deus. Na presença de Deus eles estiveram somente 480 anos. 
Pela desobediência, o povo de Israel perdeu noventa e três anos de sua história. Durante noventa e três anos Deus não governou o povo de Israel e o povo ficou entregue a idolatria, longe da face de Deus. 

         Isto pode valer para a nossa vida hoje: Desobediência nos distancia de Deus, dando lugar a tristeza, escravidão, a um mau aproveitamento dos nossos dias.  
O povo de Israel tinha sido libertado do Egito pelo braço forte de Deus. Mas como escravos de outros povos, de outros deuses estiveram distantes da presença do Santo de Israel. Juntamente com seus familiares perderam a benção, foram derrotados nas guerras, foram feitos servos de outros reinos, explorados e, muitas vezes, esfolados no seu físico e em sua integridade moral.
 Se for assim que Deus conta os nossos dias, quantos anos válidos você e eu já vivemos? Quanto tempo aceitável e íntegro eu já tive na presença do Senhor? Como tem sido os meus dias? Pobres, rasos, medíocres, sem significado para a eternidade, queimáveis como palhas?

Uma professora da Escola Dominical contando a respeito do arrebatamento de Enoque, disse: 'Era um homem que dava longos passeios com Deus. Um dia caminharam tanto, foram tão longe que o Senhor disse: Enoque, estamos sempre juntos e você está mais próximo da minha casa do que da sua. Venha comigo, é melhor adentrar e habitar comigo de uma vez'.

Andar com Deus de modo efetivo é estar junto daqu'Ele que direciona, desembaraça e traz paz, significado aos nossos dias. Que isto seja uma realidade na minha e na sua vida de modo que possamos dizer como Paulo: “Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20). 

Referência: 
CHEN, Christian. Os números na Bíblia - vol. 1, Imprensa Metodista, 217, s/d.

PALADAS DE ALEXANDRIA. Seleção, tradução, introdução e notas de José Paulo Paes. São Paulo: Nova Alexandria, 1993.