“... Sob a Tua Palavra lançarei as redes" (Lc 5.5b)


'O Teu caminho, ó Deus, é de santidade.

Que Deus é tão grande como o nosso Deus?

Tu és o Deus que opera maravilhas e, entre os povos, tens feito notório o teu poder" (Sl 77.13-14)


Sinapses da minha filha Deborah...

Deborah, minha princesinha, futura médica, 
com a graça de Deus.
Seguem seus devaneios nos parêntesis de um 
sexto ano sufocante




Senhor José...João...Tio! (10/04/2012)

Escrito pela minha filha, Deborah

Era um dia ensolarado como a maioria dos dias de prova, que teimavam em me lembrar que eu queria era estar na praia. Eu adquiri o habito de aguardar a chegada desse momento opressor e malvado (porém necessário) no jardim da faculdade. Era um ambiente agradável: verde, flores, passarinhos, sol e ... Eu! Cercada por infindáveis livros, resumos e decorebas de último instante que, em certa parcela, seriam fatalmente eliminadas do meu cérebro tão logo eu entregasse a prova preenchida nas mãos do professor. A verdade é que, às vésperas das avaliações, após uma noite mal (ou não) dormida, aquela papelada toda ao meu redor era mais um enfeite do que uma fonte de conhecimento. E havia sempre a esperança de que elas caíssem em minha corrente sanguínea espontaneamente e, sem querer, se alojassem em meu cérebro. Mas, confesso, era um alívio estar com eles, como um viciado que se agarra em suas últimas tragadas eu não me desapegava das anotações com facilidade. 

Em meio aos meus devaneios e tentativas vãs de absorver novos conceitos, iniciou-se, certa vez, um discreto barulho perto de mim. Melódico, insistente... Irritante! Virei-me para ver de onde vinha aquele desacato ao meu pavor estudantil e me deparei com um sorriso simpático de um senhorzinho varrendo o chão. Retribuí o sorriso automaticamente e, por alguns instantes, percebi o quanto eu, não raramente, perdia a noção do que me cercava. Ali, em meio a um lindo jardim, havia um simpático senhorzinho de mais ou menos 70 anos que sorria pra mim, com seus dentes alinhados por não serem seus, a cabeça forrada de cabelos brancos e uma expressão de quem já trabalhou muito e que, na minha interpretação, dizia apenas: “Oi, eu varro o chão em que você pisa! Posso sorrir pra você?”. Com o tempo, passei a procurar por aquele sorriso que sempre se destacava no jardim, antes do corredor da morte pré-prova. Era como se tivessemos uma cumplicidade silenciosa. Eu, então, passei a gritar “oi, tiiiiiiio!” toda vez que o via, de longe, de perto, passando de carro, de cima do prédio... A isso ele respondia um respeitoso: "Oi, 'fia'!". Isso provocava certa estranheza em pessoas mais recatadas, mas eu não me importava. Ele era o “meu-tio-que-varria-o-chão-e-sorria”!

Com o tempo, conversamos algumas vezes. Ele perguntou sobre o meu curso e percebi que ele não entendia exatamente quais eram os passos que deveriam ser tomados para que alguém fosse médico, nem para que alguém não varresse o chão, nem para que alguém não passasse a vida com um sorriso fácil engatilhado...

A partir do quarto ano, eu quase não ia mais pro campus, porque nossas atividades quase se restringiam ao bloco hospitalar. Quando eu ia "passear" pelas áreas do ciclo básico, procurava aquele barulhinho da vassoura feita de folhas esbarrando no chão para ver se encontrava aquele senhorzinho simpático agarrado ao barulho. Às vezes o encontrava. Às vezes não. Às vezes trocávamos algumas palavras. Às vezes só um “Oi, tio”.

E, então, em uma das últimas vezes que vi o Sr. João ou José (eu nunca lembrava qual era o nome correto e tinha vergonha de perguntar de novo e de novo... A verdade é que ele me atendia pelos dois nomes, e eu ainda preferia chamá-lo de “tio”) ele me falou, entusiasmado, que tinha sido escolhido pelos formandos de Direito para ser o funcionário homenageado! O sorriso que eu senti estampar meu rosto naquele momento não foi do tipo: “Ah, fico feliz que você tenha conseguido pegar um bicho de pelúcia numa máquina projetada para que isso não ocorra”, mas foi um sorriso que saiu do mais profundo do meu pâncreas, do musical som das minhas artérias e eu quase que, do alto dos meus 1,85m, peguei o tio e o joguei pra cima! Era óbvio! Como não pensaram nisso antes? Tinha que ser homenageado! Nem todo mundo varre o chão ou varre a vida com a mesma graça e autenticidade, cheio de sorrisos. 

E tanta gente faz tanta coisa aparentemente “grandiosa” e , no fundo, é tão pequena que jamais varreria mesmo como o tio varre! A grandeza dos pequenos atos, quando executados com cuidado, chega a ser difícil de entender. 

Bom...Parabéns Sr. João... Sr. José... Tio! Eu não sei seu nome, mas seu rostinho sorridente ainda hoje me tira um sorriso quando me deparo com minhas torrentes de memórias e, então, paro pra pensar no que realmente importa. O meu temor mesquinho é varrido e permanece distante, até o próximo vento frio cheio de folhas. Mas a vida, afinal, é sempre uma questão de varrer o que deve ser varrido e manter um sorriso no rosto :)

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Sou suspeita, confesso. Mas como gosto de ler as idéias de minha princesinha Deborah. Elas me emocionam e me levam a pensar. Que possamos valorizar os tantos 'tios' que, anonimamente, tornam a nossa vida bem mais bela e perfumada e, quiça, sonora... 

Lembrei-me do texto que escrevi: 'Quebre o vaso e desfrute do extraordinário' 


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31/08/2011:
Hj acordei pensando: "dia perfeito pra ir à praia"... Durante a tarde, vento e cheirinho de chuva! Meu subconsciente 'liquidificadorizou' as informações e agora acha q está mesmo numa praia chuvosa, me trazendo consequentes picos de saudade... 
(E saudade é uma prova 'abstrata-quase-concreta' de q a vida tem sido mto boa... Thanks, God ^^)
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A BARATA, A BORBOLETA E A LAGARTIXA.

Umas das coisas q eu mais gosto qdo faço plantão noturno (não q eu considere um parque de diversões) é de sair do hospital no dia seguinte (acabada) e dar de cara com o sol, curtir aquele friozinho da manhã e os raios quentinhos no rosto. Sempre é bom lembrar o quanto Deus é lindo por permitir essas coisas.

Sou meio “romântica” nesse sentido... A natureza sempre me impressiona. O que não posso é eventualmente ficar emotiva. Deixe-me explicar o porquê com um breve exemplo! Um belo dia, saí de casa após um banho fervente, sem roupa de frio, porque dentro de casa estava relativamente quente. Quando coloquei o pé lá fora, senti um vento fresco me abordando e logo pensei: melhor pegar um casaco. Logo em seguida, o meu eu-lírico romântico entrou em ação e na minha mente um devaneio sensacionalista: “Tenho q aproveitar enquanto ainda tenho vigor pra sentir um vento frio e sobreviver sem danos ao meu corpo, enquanto ainda sou jovem”... E saí de casa! Resultado: Uma noite de tremedeiras na nevasca que o vento anunciava. Ok... Aprendi! Nada é tão romântico que não necessite de uma blusa de frio.

Mas como eu vinha dizendo... Um dia saí do hospital cedo, caminhando até minha casa e curtindo aqueles minutinhos antes de encontrar minha cama e me deparei com uma barata esmagada no chão. Foi como uma nuvem cinzenta. “Ainda bem q está esmagada”, pensei. Entretanto, como as baratas são internacionalmente reconhecidas por seu poder de “ressuscitação” imensurável, me certifiquei que estava passando a uma distancia segura do defunto, q também me possibilitasse pegar impulso para uma voadora, se fosse necessário. No mesmo instante, uma borboletinha linda passou pela minha cabeça... Ainda bem que não era uma barata! Pronto, as nuvens cinzentas se foram e eu comecei a meditar...

O que difere uma barata de uma borboleta? As duas são igualmente estranhas, tem 6 patas q dão uma tremenda agonia, asas e toda aquela parafernália que os insetos fazem questão de carregar, associado a antenas, na tentativa vã de sintonizar todo o resto. Bom, tirando o fato das baratas terem escolhido o esgoto pra morar, em uma brincadeira de muito mau gosto, elas não diferem muito das borboletas. Mesmo pq ninguém pensa na origem do bicho quando se depara com ele, caso contrário as “Tartarugas Ninjas” não teriam feito tanto sucesso! E o q me faz, uma amante da natureza e de quase td seu conteúdo, detestar as baratas? Simples... Pra mim, a barata é um bicho feio, chato e inconveniente. Baseado em que? Baseado no q eu tô dizendo e pronto, acabou!

Não é assim q a gente se comporta? É impressionante como as idéias pré-estabelecidas na nossa mente triunfam sobre todo resto. Vc pode estar pensando q tenho esse sentimento pelas baratas pq elas são nojentas. Mas não funcionaria comigo, porque não sou um ser cheio de “nojinhos”. Lógico q não saio por aí lambendo moscas e abraçando ratos de bueiro. Mas nada contra eles, é evidente. Por isso digo q a razão “preconceitual” me pareceu bastante válida. Dói pra dizer, mas eu sou eventualmente preconceituosa! Acho q todo mundo é... E o pior é q a gente nem percebe. Temos preconceitos em relação a pessoas, lugares e situações. E sem nenhum medo de ser feliz. Certo?

E de onde vem a “lagartixa” do título!? Dos telhados, é claro! A lagartixa é um bicho muito fofo, gelado, gosmento e q anda nas paredes, desafiando a gravidade. Aposto que algumas pessoas passariam mal em ler isso, mas não posso evitar! Elas são lindas, charmosas, alucinantes e... Comem baratas! Tá vendo, só? Além de tudo, me pareço interesseira na minha admiração pelas lagartixas! Será que tudo na vida gira em torno de interesses!? Ah, não acredito nisso...

Mas não era isso q eu queria salientar sobre as lagartixas, e sim o fato de que no mesmo dia em q eu meditava sobre baratas e borboletas, enxerguei um vultinho correndo no chão ao sair do banheiro. Por reflexo, peguei meu chinelo mais mortal e avancei - “Morre barata do mal!”... Mas, não era uma barata! Ainda bem q a minha habilidade em assassinar insetos é a menor possível e devo ter acertado uns quilômetros de distância da criminosa. Por fim, quando consegui analisar, percebi que a barata que eu tentei matar era na verdade uma lagartixa que, por um mistério da humanidade, estava no chão. O que fazia uma lagartixa no chão!? Se eu pudesse andar de ponta cabeça, não sairia dos prédios e me divertiria horrores com isso. Lagartixa estranha. (Porém amada. Vá em paz comer suas baratas!)... E porque estranhamos tanto o diferente? O diferente não é ruim. Muito pelo contrário!

Agora, tô com vontade de finalizar. Pensei em deixar uma frase de impacto, um pensamento nobre... Mas considerando que já me confessei preconceituosa e interesseira, não terei pudor nenhum em terminar com um oportuno pedido a cada um dos quase 7 bilhões de seres humanos do planeta: Adote já seu casalzinho de lagartixas. Elas comem baratas. Preciso explicar mais alguma coisa?


Foto extraída de: http://www.ninha.bio.br/biologia/lagartixa.html



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“PIRIRIGOS”

Nada como um lindo e ensolarado dia de desarranjos pra colocar a gente pra pensar na fluidez... ou na fluência da vida! Estou no ultimo ano de faculdade e ultimamente lembro disso com quase a mesma freqüência que minha atual calamidade fisiológica me leva a visitar o banheiro. 
Acho que isso acontece por preocupação, precaução ou mesmo pela simples novidade de pensar que ano q vem não mais serei apenas uma estudante com piriri, mas sim uma médica... com piriri também caso continue a me alimentar com elementos de validade e procedência indeterminada.

O ponto é q eu, no auge da minha quase formatura percebo q qdo estou doente permito q meus neurônios escorram por onde acharem mais cômodo, conforme a localização das minhas mazelas, e passo a ser tão fatalista e inocente quanto um lactobacilo sensacionalista. Não q os lactobacilos sejam mto inocentes... (Aliás, pode ser q eles estejam intimamente ligados com a minha situação intestinal). 

Quanto ao meu fatalismo, chega a ser comovente, visto que na minha cabeça recém esvaziada, “piriri” passou a ser a primeira causa de internação e mortes precoces em jovens previamente  sadios. Minha estatística, invento eu! (Lembrando que piriri é a forma bonitinha de nomear diarréia... ou mesmo de disfarçá-la entre nomes de peixes em um caça-palavras).

Toda essa terrível calamidade fez com que a quase médica da família ouvisse atentamente os conselhos sobre saúde de uma jovem e bela senhora bióloga, doutora especialista em abelhas e com uma genética invejável. Sim, minha mamãe!  Foram ótimos conselhos, por sinal, e sei que nenhuma abelha morreu desidratada nas seguras mãos desta gentil senhora com genes impressionantes... Mas não é estranho que eu pareça tão desprotegida e desorientada perante um evento desses?

       Não! Absolutamente não! Entenda porque a seguir... Chego a algumas conclusões... Talvez dentro de assuntos que ineditamente tem me chamado bastante a atenção, ultimamente.

É incrível como precisamos uns dos outros, tenho pensado. Por mais q se tenha sido criado no meio de abelhas, cogumelos e peixes ornamentais, chega uma hora que reconhecemos que a vida é bem mais legal qdo se pode contar com pessoas ao redor ou mesmo com receitas anti-dor-de-barriga por telefone. Não é legal ser sozinho. E hoje eu entendo o medo q já vi em tanta gente de envelhecer sem ninguém por perto, ser rejeitado por quem ama ou se perder no metrô (por ultimo e não menos importante, é claro). As queixas procedem! 

E até algum tempo atrás eu vestia minha carapuça de ser humano auto-suficiente e saia por aí “não precisando” de ninguém. Tentativa frustrada! Isso não significa q eu procurava ser fria e antipática ou q era a favor do extermínio da raça humana...  muito pelo contrário. Mas eu dificilmente me convenceria q estaria apegada a alguém, e me refiro as pessoas de fora da minha família. 

Mas hoje eu confesso! Preciso de pessoas por perto! Pessoas q me mandem comer bolacha de maizena pra prender meu intestino! Pessoas q falem q minha roupa tá tão amarrotada quanto meu cabelo quando durmo com ele molhado ou quanto as minhas bochechas, quando durmo com a cara em simbiose com o travesseiro. 

Então, pra vc q já pensou q existem pessoas frias, más e calculistas e ousou me enquadrar nesse perfil, ofereço meu meloso e sentimental: Eu preciso de vc! Vc pode achar q falo isso da boca pra fora... especialmente levando em conta que esse texto é fruto de uma disfunção orgânica bem sugestiva e que, diga-se, não é das mais bonitas de se relatar. Mas é a verdade. Posso adquirir mtas formas de independência, mas espero q nenhuma delas me afaste daqueles aos quais amo.

É... Deus sabia disso e criou os relacionamentos: Dolorosos, alegres, assustadores, gentis... Necessários! Quase fundamentais...  E muitas vezes só descemos do salto e confessamos isso quando parece q estamos perdendo algo. Ok. Perdemos aqui, ganhamos ali – a vida é feita disso. Mas acabamos eventualmente sentindo falta, especialmente quando um piriri nos comove as vísceras.

Hoje estou no fim da minha vida de estudante universitária, muitas vezes ansiando o final do ano em que acabará, pelo menos em partes, as cenas típicas de república: local em que ocasionalmente esquecemos que a casa não é auto-limpante, que nos damos conta que nem tudo que se joga na panela sai de dentro dela obrigatoriamente “comível”, onde estudamos a fantástica fauna e flora observando a convivência harmônica de pequenas porções de fungos na geladeira e aranhas no cantinho do teto... e também, onde confessamos que família faz muita falta, que alguns amigos que estão longe foram especiais, que alguém pra se preocupar conosco é uma deliciosa massagem no ego.

Sei, entretanto, que daqui a algum tempo vou sentir falta dessa vida estranha... e também muito boa. Vou, então, criando novos ambientes, convívios e relacionamentos. Mas as lembranças e pessoas que ficam no nosso coração por essas caminhadas são, de fato, incrivelmente marcantes. E hoje confesso isso... É isso.

E, para quebrar um pouco a melancolia desse final sentimental e aproveitando tal momento de desabafo, dedico um caloroso abraço para as toxinas bacterianas que possibilitaram essa criação e às respectivas matrizes das mesmas, com carinho.



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Amigos, divirtam-se com a historinha (verídica) da Mamangava Matilde, escrita pela minha filha, Deborah. Tudo aconteceu quando estávamos fotogrando a mamangava pra colocar na capa do meu livro "Vida Plena":


MAMANGAVA MATILDE =)

06/09/2004 23:21
Criatura maluquinha!!!
Bom, essa foto é pra contar um fato que aconteceu com minha família por causa desse animal:
Tudo começou com a "ambição" de tirarmos fotos desse inseto bizonho, por motivos intelectuais... (sempre bom lembrar que minha mãe é "abelhóloga" ...sim, uma bióloga (das boas!!!) que se especializou em abelhas)... Na verdade, esse animal da foto não é bem a abelha que estamos acostumados, tudo indica que é uma mamangava...  Mamangava é aquele bixu peçonhento que parece um besourão, mas que vc sente a diferença na pele se ele te picar....é... dói!!


Então.....meu pai trouxe esse monstro do sítio aki pra casa, pra eu tirar fotos... O que aconteceu é que não tinha nenhuma redoma de vidro, nenhuma cápsula espacial, nem mesmo uma linha imaginária pra separar a criatura do meu frágil ser vivente...

Tudo bem até aí, mas o q num tá muito bem é que a Matilde (sim, me sinto perfeitamente autorizada a batizá-la) ESCAPOU de nosso controle (que já era meio duvidável, considerando que meu pai, aparentemente, estava brincando de bolinha de gude com ela).

Bom, imagine a seguinte cena em câmera lenta:
- A abelha escapa.
- Deborah se joga no chão e sai se arrastando, lutando bravamente pela vida (e pela vida da máquina fotográfica), até a porta mais próxima.
-Mamãe e papai agarram suas armas (toalhas de banho) e tentam derrubar o inimigo.
-Com "êxito", a Matilde cai no chão...Ou melhor, " cai no CÃO"....Sim, a mamangava Matilde caiu em cima da Mel, minha linda cachorrinha que num tinha nada a ver com a história e que naquela altura já estava desesperada.... 



De fato, ela estava se esforçando arduamente para engolir a Matilde...mal sabendo ela que isso poderia significar seu fim!!!
- Eu comecei a gritar pela vida da cachorra e consegui atraí-la até meu refúgio atrás da porta..Eu já vinha dizendo, após sábia meditação, que deviamos declarar paz e deixar a Matilde reinar naquele pedaço da casa,afinal, a cozinha num ia fazer falta, mas ninguém me deu ouvidos!!! (Vê se pode!!!)
- Bom , "nós" resgatamos a Matilde!!!Eeeeba!

Depois dessa saga e de mais alguns flashs para celebrar a vida, prendemos a Matilde em um pote de doce vazio, e colocamos na geladeira...Não, nós não matamos a Matilde!! Os insetos "ressuscitam" mesmo depois de colocados em baixas temperaturas...Então, nós definitivamente não matamos a matilde (mesmo depois de tudo o que ela fez!)...apenas ESQUECEMOS dela, ooops...

mas o bizarro foi que, dias depois, vejo meu pai "saindo da geladeira" com diversas qualidades de guloseimas, potes de doce, queijos e o q mais ele tivesse direito; sem se importar com o prazo de validade... Foi quando eu vi, ninguém mais, ninguém menos do que: MATILDE!!!! E se não fosse por mim meu pai teria comido ela com requeijão e geléia, pensando que era um brigadeiro ou algo assim...é.. meu pai tem um paladar bem "arrojado", ainda vou ter que escrever sobre isso...


Mas, quando eu já estava preparando um funeral digno de uma combatente de guerra, meu papy chegou com um sorriso de Bob Esponja na cara e disse:
- Béa (meu apelido carinhoso quando ele tá com preguiça de falar o nome inteiro.), ela tá viva, olha...

Não pude conter minha emoção e, logicamente, sai correndo ,em fuga, de novo!!! Ora, faça-me o favor; quem gostaria de ser picado por uma mamangava que atire a primeira pedra!!!! E é por isso que eu dedico o dia de hoje pra Matilde! Afinal, vc pensa que esse tipo de bichinho dá em árvore?? Bom....na verdade dá ...


E viva a Matilde!!!E viva as mamangavas que dão em árvore!!!! E viva os animais pecilotermos!!! VIVA!!! Bjinho