AGAR: “Frutificando no Deserto”
Texto Bíblico: Gênesis 21.8-21
Abrão e Sarai, por volta de 2.000 anos a.C., peregrinavam rumo a Canaã, uma terra fértil, onde construiriam uma grande linhagem, conforme promessa de Deus. O tempo passava e o filho prometido não vinha e Sarai, já com idade avançada, procura Abrão e diz: - “Eis que o Senhor me tem impedido de dar à luz filhos; toma, pois, a minha serva, Agar, e assim me edificarei com filhos por meio dela”.
O projeto de Sarai se cumpre. Agar, sua escrava egípcia, engravida. Mas isto, ao invés de trazer alegria, gera confrontos e tristeza. Agar despreza Sarai pela sua infertilidade. Sarai revida e humilha Agar. A situação fica tão insustentável que Agar foge para o deserto.
No deserto de Sur, a caminho de sua terra, o Egito, Agar senta-se junto a uma fonte de água. Um anjo de Deus aproxima-se, ordena que ela volte para junto de Sara e diz que o seu filho deveria ser chamado Ismael que significa: “porque O Senhor te acudiu na tua aflição”.
Ali, no deserto, angustiada e perplexa, Agar declara: - “Tu és Deus que vê; pois disse ela: Não olhei eu neste lugar para aquele que me vê?” (Gn 16.13). Agar obedece.
Isaque nasce!
Isaque nasce!
Treze anos mais tarde, Deus aparece novamente para Abraão e diz que o faria fecundo, pai de numerosas nações (Gn 17.21) e, finalmente, quatorze anos após o nascimento de Ismael, Deus concede o filho prometido. Isaque nasce e Ismael, seu meio-irmão, despreza-o. Certa madrugada, Abraão, acuado pelos freqüentes conflitos familiares e, orientado por Deus, entrega pão e água a Agar e a despede.
Agar retorna ao deserto.
Agar retorna ao deserto.
Agar e seu filho Ismael partem para o deserto de Berseba. Expulsa do acampamento, com pão, um odre de água e um filho para criar, Agar sente-se atordoada.
Na primeira ida de Agar ao deserto, Ismael estava em seu ventre. Agora, pela segunda vez, Agar se depara com o deserto. Só que agora, a situação era pior. Ismael estava ali, na sua frente. Iriam morrer de fome e de sede e Agar não estava foragida por decisão própria. Estava ali forçada, por determinação de Abraão. Não tinha a alternativa de voltar.
Agar sente-se traída, rejeitada e sem amigos. Ela não tivera culpa. Fora usada por sua senhora e agora estava desamparada. Quando mais precisava de um ombro, de alguém; encontrava-se só, com seu filho, num deserto.
Quando acaba o suprimento, desesperada, Agar deixa o menino sob um arbusto e se afasta. Vai caminhando cambaleante, chorando, por cerca de duzentos metros. Não quer presenciar a morte do seu filho. A garganta seca e o sol inclemente do deserto a sufocavam. Tinha consciência de que animais selvagens deveriam estar à espreita, prontos para devorá-los. Agar procura apoio, clama ao único que poderia ajudá-la (Gn 21.8-21).
Deus fala com Agar:
“Que tens, Agar? Não temas, porque Deus ouviu a voz do menino, daí onde está. Ergue-te, levanta o rapaz, segura-o pela mão,
porque Eu farei dele um grande povo” (Gn 21.17-18).
Agar deveria sair de sua apatia e mudar a sua história. Deveria pensar no que estava ganhando e não no que estava perdendo. Agar tinha perdido a comodidade de uma vida protegida, com riquezas e farturas. Por outro lado, tinha recebido a sua liberdade. Não era mais escrava. Tinha seu filho, e poderia sobreviver se atendesse a orientação de Deus. Deveria ter esperança, porque Deus tinha um projeto.
Agar precisou sair do seu conforto para poder ouvir a voz de Deus, para poder entender o propósito de Deus. Agar precisou andar errante, no silêncio do deserto de Berseba, carente e destituída de qualquer perspectiva para poder usufruir uma vida livre e abençoada.
Mesmo no impossível, Deus apresenta suprimento. “Abrindo-lhe Deus os olhos, viu ela um poço de água, e, indo a ele, encheu de água o odre, e deu de beber ao rapaz” (Gn 21.19). Agar ergueu-se, levantou o menino, segurou-o pela mão.
Uma nova história: Agar mudou a história de sua família.
Uma nova história: Agar mudou a história de sua família.
Deus sustentou Agar e Ismael no deserto de Parã e a presenteou com um filho honrado. Agar acompanhou o seu filho, fez dele um profissional, um homem capacitado para sobreviver no deserto. Ismael tornou-se flecheiro (Gn 21.20).
Agar casou o seu filho com uma mulher egípcia, alguém do seu próprio povo. Houve consentimento da parte de Agar para o casamento de seu filho. Missão cumprida! Deus honrou a Sua promessa, preservou a vida de Agar e a de Ismael e fez deles um grande povo.
Muitas vezes, como Agar, nos sentimos no deserto, sem recursos. Projetos que pareciam tão infalíveis esvaíram-se pelo ralo. As portas se fecharam.
Você tem se sentido assim? Parece que Deus está mudo? Você gostaria de dar um novo rumo à sua história de vida?
O que a história de Sara e Agar nos ensinam?
- É preciso muito cuidado na escolha da semente: (Gn 21. 9-11; Gn 16.4)
Há uma lei infalível. Tudo o que você semeia, você colhe, multiplicadamente. Um provérbio chinês diz: “Podemos escolher o que semeamos, mas somos obrigados a colher o que plantamos”. São parágrafos da nossa história de vida que escrevemos e que quando tentamos apagá-los não conseguimos totalmente, porque as marcas impregnam o papel.
São atalhos enganosos que tomamos que terminam em confrontos. Até hoje os judeus (descendentes de Isaque) sofrem conflitos com os árabes (descendentes de Ismael) por disputas de posse de terra.
- Devo evitar a intolerância, os preconceitos: Gn 21.10
Muitas vezes não suportamos as pessoas, não perdoamos, não nos
importamos com suas necessidades, suas diferenças. Somos rápidos para rotular pessoas, situações. Sarai despreza Agar por ela ser escrava e Agar despreza Sara por ela ser estéril.
Alguém disse que só podemos olhar para o outro de cima para baixo se for para ajudá-lo a se levantar.
- Deus responde as orações de fé de todos, pela graça: (Gn 21.13; Gn 16.9-11, 18.14; Gl 4.21-31).
Você já se sentiu desprezado? Sem opções? Agar sentia-se assim, usada, traída, rejeitada. Quando mais precisava de um ombro amigo, se encontrou só, no deserto. Agar sozinha, sem água, sem comida, sem amigos, sem alternativas, abre o coração e clama a Deus!
Deus não faz acepção de pessoas. Deus considera a fé, a sinceridade do
coração, a obediência. Não considera a posse de recursos financeiros. Ele é dono da prata e do ouro. Não considera títulos, pois qualquer titulo humano é insignificante perto dos que Deus tem. Não considera filiação, porque a maior e essencial filiação é a que provém d’Ele.
Agar precisou passar por estas aflições pra sentir o amor e a providência de Deus: “Eu te conheci no deserto, em terra muito seca” (Os 13.5). As perdas nos ensinam, nos amadurecem.
Deus cumpre Suas promessas. Honra Ismael (21.17) por amor a Abraão (Gn 21.13, 18-19). Deus abre os olhos de Agar e ela vê um poço de água (21.19).
Se você está passando por um deserto, uma terra muito árida busque a Deus e fique sensível ao Seu falar e ao Seu agir: Por acaso há coisa difícil para Deus? (Gn 18.14).
- Deus estimula Agar a reagir e a animar o seu filho: Gn 21.18
Deus estimula Agar a levantar e levar esperança para o seu filho (21.18). Temos que segurar nas mãos dos nossos filhos, para que sejam abençoadores (Is 58.11-12). Porém, para levantar os nossos filhos temos que nos erguer primeiro. Deus ordena: - Levanta o rapaz e segura-o pela mão. Tem que ter continuidade.
Quando levantamos o outro, nossos pés se firmam na rocha. Quando ajudamos o nosso próximo estamos ajudando a nós mesmos.
- Deus sustenta Agar no deserto e a presenteia com um filho submisso, obediente: (Gn 21.21)
Agar casou Ismael. Precisamos abrir nossos olhos para as bênçãos que Deus tem para nós (Gn 21. 19 a) e tomar posse (v. 19 b).
Muitas vezes ficamos com a visão obstruída, não enxergamos as bênçãos de
Deus. Estamos cegos, perdidos como os discípulos a caminho de Emaús (Lc 24.13-35). Deixamos que as circunstâncias desfavoráveis tomem conta do nosso interior.
O que Deus quer nos mostrar neste momento e estamos cegos perante o Seu ensinamento? Vamos deixar o barulho de nossas vidas e refletir:
Para Refletir (responda, de preferência por escrito, a cada uma das perguntas):
- Você se identifica com Sara? Você tem sido impaciente e tem se precipitado em algumas decisões, sem esperar pelo Senhor?
- Essas decisões precipitadas resultaram em situações desastrosas? Tem algo no seu passado que você precisa rever, pedir perdão a Deus ou a alguma pessoa? Se houver, faça e siga em frente.
- Ou, por outro lado, você se identifica com Agar? Você tem andado pelo deserto? Tem se sentido longe de Deus? Parece que Deus se esqueceu de você? Sente-se abandonado, injustiçado, sem perspectivas?
- O que o deserto, a espera, a indefinição tem representado em sua vida?
- Tem andado por atalhos enganosos? Quais? O que pode ser feito para retornar ao caminho de Deus?
Um comentário:
OI REGINA,
Aceitei seu convite.
A foto no Monte Sinai ficou linda.
Os textos têm conteúdo. Você tem tudo para fazer um excelente trabalho cristão na Internet.
Dou graças a Deus por sua vida, e pela decisão de falar do amor de Deus neste Blog.
Irmão João.
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