“... Sob a Tua Palavra lançarei as redes" (Lc 5.5b)


'O Teu caminho, ó Deus, é de santidade.

Que Deus é tão grande como o nosso Deus?

Tu és o Deus que opera maravilhas e, entre os povos, tens feito notório o teu poder" (Sl 77.13-14)


sábado, 15 de janeiro de 2011

"Frutificando no Deserto"



AGAR: “Frutificando no Deserto”

Texto Bíblico: Gênesis 21.8-21
Abrão e Sarai, por volta de 2.000 anos a.C., peregrinavam rumo a Canaã, uma terra fértil, onde construiriam uma grande linhagem, conforme promessa de Deus. O tempo passava e o filho prometido não vinha e Sarai, já com idade avançada, procura Abrão e diz: - “Eis que o Senhor me tem impedido de dar à luz filhos; toma, pois, a minha serva, Agar, e assim me edificarei com filhos por meio dela”.  
O projeto de Sarai se cumpre. Agar, sua escrava egípcia, engravida. Mas isto, ao invés de trazer alegria, gera confrontos e tristeza. Agar despreza Sarai pela sua infertilidade. Sarai revida e humilha Agar. A situação fica tão insustentável que Agar foge para o deserto.
No deserto de Sur, a caminho de sua terra, o Egito, Agar senta-se junto a uma fonte de água. Um anjo de Deus aproxima-se, ordena que ela volte para junto de Sara e diz que o seu filho deveria ser chamado Ismael que significa: “porque O Senhor te acudiu na tua aflição”.
Ali, no deserto, angustiada e perplexa, Agar declara: - “Tu és Deus que vê; pois disse ela: Não olhei eu neste lugar para aquele que me vê?” (Gn 16.13). Agar obedece. 

Isaque nasce!
Treze anos mais tarde, Deus aparece novamente para Abraão e diz que o faria fecundo, pai de numerosas nações (Gn 17.21) e, finalmente, quatorze anos após o nascimento de Ismael, Deus concede o filho prometido. Isaque nasce e Ismael, seu meio-irmão, despreza-o. Certa madrugada, Abraão, acuado pelos freqüentes conflitos familiares e, orientado por Deus, entrega pão e água a Agar e a despede. 
 Agar retorna ao deserto.
Agar e seu filho Ismael partem para o deserto de Berseba. Expulsa do acampamento, com pão, um odre de água e um filho para criar, Agar sente-se atordoada.
Na primeira ida de Agar ao deserto, Ismael estava em seu ventre. Agora, pela segunda vez, Agar se depara com o deserto. Só que agora, a situação era pior. Ismael estava ali, na sua frente. Iriam morrer de fome e de sede e Agar não estava foragida por decisão própria. Estava ali forçada, por determinação de Abraão. Não tinha a alternativa de voltar.
Agar sente-se traída, rejeitada e sem amigos. Ela não tivera culpa. Fora usada por sua senhora e agora estava desamparada. Quando mais precisava de um ombro, de alguém; encontrava-se só, com seu filho, num deserto.
Quando acaba o suprimento, desesperada, Agar deixa o menino sob um arbusto e se afasta. Vai caminhando cambaleante, chorando, por cerca de duzentos metros. Não quer presenciar a morte do seu filho. A garganta seca e o sol inclemente do deserto a sufocavam. Tinha consciência de que animais selvagens deveriam estar à espreita, prontos para devorá-los. Agar procura apoio, clama ao único que poderia ajudá-la (Gn 21.8-21).
Deus fala com Agar:
“Que tens, Agar? Não temas, porque Deus ouviu a voz do menino, daí onde está. Ergue-te, levanta o rapaz, segura-o pela mão,
porque Eu farei dele um grande povo” (Gn 21.17-18).

Agar deveria sair de sua apatia e mudar a sua história. Deveria pensar no que estava ganhando e não no que estava perdendo. Agar tinha perdido a comodidade de uma vida protegida, com riquezas e farturas. Por outro lado, tinha recebido a sua liberdade. Não era mais escrava. Tinha seu filho, e poderia sobreviver se atendesse a orientação de Deus. Deveria ter esperança, porque Deus tinha um projeto.
Agar precisou sair do seu conforto para poder ouvir a voz de Deus, para poder entender o propósito de Deus. Agar precisou andar errante, no silêncio do deserto de Berseba, carente e destituída de qualquer perspectiva para poder usufruir uma vida livre e abençoada.
Mesmo no impossível, Deus apresenta suprimento. “Abrindo-lhe Deus os olhos, viu ela um poço de água, e, indo a ele, encheu de água o odre, e deu de beber ao rapaz” (Gn 21.19).  Agar ergueu-se, levantou o menino, segurou-o pela mão. 

Uma nova história: Agar mudou a história de sua família. 
Deus sustentou Agar e Ismael no deserto de Parã e a presenteou com um filho honrado. Agar acompanhou o seu filho, fez dele um profissional, um homem capacitado para sobreviver no deserto. Ismael tornou-se flecheiro (Gn 21.20).
Agar casou o seu filho com uma mulher egípcia, alguém do seu próprio povo. Houve consentimento da parte de Agar para o casamento de seu filho. Missão cumprida! Deus honrou a Sua promessa, preservou a vida de Agar e a de Ismael e fez deles um grande povo. 
Muitas vezes, como Agar, nos sentimos no deserto, sem recursos. Projetos que pareciam tão infalíveis esvaíram-se pelo ralo. As portas se fecharam.
Você tem se sentido assim? Parece que Deus está mudo? Você gostaria de dar um novo rumo à sua história de vida?
O que a história de Sara e Agar nos ensinam?

  1. É preciso muito cuidado na escolha da semente:  (Gn 21. 9-11; Gn 16.4)
Há uma lei infalível. Tudo o que você semeia, você colhe, multiplicadamente. Um provérbio chinês diz: “Podemos escolher o que semeamos, mas somos obrigados a colher o que plantamos”. São parágrafos da nossa história de vida que escrevemos e que quando tentamos apagá-los não conseguimos totalmente, porque as marcas impregnam o papel.
São atalhos enganosos que tomamos que terminam em confrontos. Até hoje os judeus (descendentes de Isaque) sofrem conflitos com os árabes (descendentes de Ismael) por disputas de posse de terra.

  1. Devo evitar a intolerância, os preconceitos: Gn 21.10
Muitas vezes não suportamos as pessoas, não perdoamos, não nos
importamos com suas necessidades, suas diferenças. Somos rápidos para rotular pessoas, situações. Sarai despreza Agar por ela ser escrava e Agar despreza Sara por ela ser estéril.
Alguém disse que só podemos olhar para o outro de cima para baixo se for para ajudá-lo a se levantar. 

  1. Deus responde as orações de fé de todos, pela graça:  (Gn 21.13; Gn 16.9-11, 18.14; Gl 4.21-31).
Você já se sentiu desprezado? Sem opções? Agar sentia-se assim, usada, traída, rejeitada. Quando mais precisava de um ombro amigo, se encontrou só, no deserto. Agar sozinha, sem água, sem comida, sem amigos, sem alternativas, abre o coração e clama a Deus!
Deus não faz acepção de pessoas. Deus considera a fé, a sinceridade do
coração, a obediência. Não considera a posse de recursos financeiros. Ele é dono da prata e do ouro. Não considera títulos, pois qualquer titulo humano é insignificante perto dos que Deus tem. Não considera filiação, porque a maior e essencial filiação é a que provém d’Ele.
Agar precisou passar por estas aflições pra sentir o amor e a providência de Deus: “Eu te conheci no deserto, em terra muito seca” (Os 13.5). As perdas nos ensinam, nos amadurecem.
Deus cumpre Suas promessas. Honra Ismael (21.17) por amor a Abraão (Gn 21.13, 18-19). Deus abre os olhos de Agar e ela vê um poço de água (21.19).
Se você está passando por um deserto, uma terra muito árida busque a Deus e fique sensível ao Seu falar e ao Seu agir: Por acaso há coisa difícil para Deus? (Gn 18.14).

  1. Deus estimula Agar a reagir e a animar o seu filho: Gn 21.18
Deus estimula Agar a levantar e levar esperança para o seu filho (21.18). Temos que segurar nas mãos dos nossos filhos, para que sejam abençoadores (Is  58.11-12). Porém, para levantar os nossos filhos temos que nos erguer primeiro. Deus ordena: - Levanta o rapaz e segura-o pela mão. Tem que ter continuidade.
Quando levantamos o outro, nossos pés se firmam na rocha. Quando ajudamos o nosso próximo estamos ajudando a nós mesmos.

  1. Deus sustenta Agar no deserto e a presenteia com um filho submisso, obediente:  (Gn 21.21)
Agar casou Ismael. Precisamos abrir nossos olhos para as bênçãos que Deus tem para nós  (Gn 21. 19 a) e tomar posse (v. 19 b).
Muitas vezes ficamos com a visão obstruída, não enxergamos as bênçãos de
Deus. Estamos cegos, perdidos como os discípulos a caminho de Emaús (Lc 24.13-35). Deixamos que as circunstâncias desfavoráveis tomem conta do nosso interior.
            O que Deus quer nos mostrar neste momento e estamos cegos perante o Seu ensinamento? Vamos deixar o barulho de nossas vidas e refletir:

Para Refletir (responda, de preferência por escrito, a cada uma das perguntas):
  • Você se identifica com Sara? Você tem sido impaciente e tem se precipitado em algumas decisões, sem esperar pelo Senhor?
    • Essas decisões precipitadas resultaram em situações desastrosas? Tem algo no seu passado que você precisa rever, pedir perdão a Deus ou a alguma pessoa? Se houver, faça e siga em frente.
  • Ou, por outro lado, você se identifica com Agar? Você tem andado pelo deserto? Tem se sentido longe de Deus? Parece que Deus se esqueceu de você? Sente-se abandonado, injustiçado, sem perspectivas?
    • O que o deserto, a espera, a indefinição tem representado em sua vida?
    • Tem andado por atalhos enganosos? Quais? O que pode ser feito para retornar ao caminho de Deus?

Um comentário:

Joao Cruzue disse...

OI REGINA,

Aceitei seu convite.

A foto no Monte Sinai ficou linda.

Os textos têm conteúdo. Você tem tudo para fazer um excelente trabalho cristão na Internet.

Dou graças a Deus por sua vida, e pela decisão de falar do amor de Deus neste Blog.


Irmão João.