“... Sob a Tua Palavra lançarei as redes" (Lc 5.5b)


'O Teu caminho, ó Deus, é de santidade.

Que Deus é tão grande como o nosso Deus?

Tu és o Deus que opera maravilhas e, entre os povos, tens feito notório o teu poder" (Sl 77.13-14)


sábado, 28 de setembro de 2019

Final feliz para Morávia: duelo em dueto!

Avivamento Morávio: completa hoje 288 anos



          Fui surpreendida pela visita de um morador de Morávia em meu blog, na segunda feira p.p. (10/08/15). Como sempre faço, fui localizar este país no mapa. Por 'coincidência', dois dias depois (12/08/15) li uma meditação sobre um grande avivamento experimentado pelos morávios, no início do século 18. Curiosa, fui consultar mais a respeito e fiquei maravilhada. Agora à tarde decidi escrever sobre o 'avivamento morávio' e, admirada, verifico que hoje (13/08/2015) completa exatamente 288 anos de quando tudo começou.


          


O que aprendi?
          Morávia situa-se na Europa e é a parte oriental da atual Republica Tcheca. 
           Faz fronteira ao norte com a Polônia e Silésia. Ao sul com a Áustria, ao leste com a Eslováquia e a oeste com a Boêmia. Recebeu este nome porque seu início se deu com o povoamento das margens do Rio Morava por eslavos, nos anos 500 d.C.

          Início do século 18: um pastor de ovelhas morador de Morávia, Christiano David, apelidado 'o servo do Senhor', preocupado com a perseguição religiosa que os reformadores enfrentavam em seu país, procurou o conde alemão Nikolaus Ludwig von Zinzendorf que concordou em recebê-lo em suas terras, em Herrnhut, juntamente com outros cristãos perseguidos. 

          





Em 1722, numa viagem de 12 dias através de montanhas, Christiano chega em Herrnhut, com 5 famílias morávias. Pouco a pouco, mais refugiados, de várias origens, vão chegando e todos são recebidos com muito carinho pelo conde. Dentre eles havia seguidores de Calvino, Lutero e João Huss (reformador de origem tcheca). Infelizmente, houve entre eles divergências a respeito de algumas doutrinas. 

 O historiador Hutton conta que o conde interviu sabiamente, transformando um possível duelo em dueto organizando grupos administrados por 42 estatutos.

          No dia 13 de agosto de 1727 (exatos 288 anos atrás), todos foram convidados para Celebração da Ceia do Senhor. Naquela noite desfrutaram de uma alegria e uma comunhão extraordinária. Decidiram não valorizar os pontos discordantes e sim os que eram de crença comum e se unirem em uma intercessão de hora em horadurante 24 horas/dia. Há quem diga que esta vigília ininterrupta de oração durou mais de cem anos. 
          As orações resultaram num avivamento sem igual. O amor fraternal, a vontade que o mundo tivesse o mesmo privilégio que gozavam despertou no povo morávio uma premência por missões e esta igreja chegou a sustentar mais de 300 missionários, em várias partes do mundo. 

         Eis a história de um povo que buscou compreender a Palavra de Deus, se submeteu a Ele em oração e se uniu, apesar das diferenças. A receita e o resultado final são os mesmos experimentados pela igreja primitiva:
 "E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações... Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum.... Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que ia sendo salvos" (At 2.42-47)
          Conta-se que Peter Meiderlin, teólogo luterano da cidade de Augsbrg (Alemanha), teve um sonho impressionante em 1627, no qual foi incentivado a perseverar na simplicidade e humildade de coração. Quando acorda ele escreve esta frase: "Si nos servaremus In necessariis Unitatem, In non-necessariis Libertatem, In utrisque Charitatem, optimo certe loco essent res nostrae" que significa: "No essencial, unidade; no não essencial, liberdade; e em ambas as coisas, o amor"*
          Não podemos deixar que coisas não essenciais, picuinhas, bobagens sejam motivos de divisão e da perda do foco no essencial, na doutrina ensinada por Jesus Cristo e transmitida a nós pela igreja primitiva.
          A comunhão, o estar juntos traz harmonia, paz, alegria ao corpo de Cristo que é a igreja. Quando há comunhão, Deus ordena Sua benção e vida abundante: 
"Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos... Ali, ordena o Senhor a sua benção e a vida para sempre" (Sl 133) 

          Conflitos internos ou externos não podem atrapalhar o crescimento espiritual do povo de Deus. Não podem ter o poder de afastar-nos da oração, da comunhão entre os irmãos, da Presença de Deus. 
          Que o nosso Deus intervenha na nossa história tão inundada e dividida por ventos de doutrina.
          Ah, que o nosso país acorde para que possamos nos unir em oração e que Deus traga um renovo na vida do Brasil como trouxe ao povo morávio 288 anos atrás.
         Que comece comigo e com você. Não nos descuidemos da oração. 
         Voltemo-nos para o Senhor porque somente Ele pode curar a nossa nação!

Refletindo: Que tal começar hoje uma campanha de oração em favor das nossas famílias, nossas igrejas e do povo brasileiro?

“Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra" (2 Cr 7.14)

Referências e Fotos:
* http://www.mackenzie.br/fileadmin/Mantenedora/CPAJ/revista/VOLUME_V__2000__2/Frans_Leonard.pdf
* Dia a dia com Deus - 40 dias de Avivamento. Livro Devocional. Publicações RBC, Curitiba (PR)
* http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/311/no-essencial-unidade-nas-diferencas-liberdade-e-em-ambas-as-coisas-o-amor
* Fotos extraídas de: http://www.mousetravel.net/serene-beauty-of-moravia/
e http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.platanoeditora.pt/ e http://www.agmisgpn.org/node/65