“... Sob a Tua Palavra lançarei as redes" (Lc 5.5b)


'O Teu caminho, ó Deus, é de santidade.

Que Deus é tão grande como o nosso Deus?

Tu és o Deus que opera maravilhas e, entre os povos, tens feito notório o teu poder" (Sl 77.13-14)


quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

"Tudo vale a pena se a alma não é pequena" (Fernando Pessoa)

 Resgatando a essência
E Jesus, chamando uma criança, disse: "... Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus” (Mt 18.3).

Estava chegando à igreja triste, preocupada, quando ouvi meu nome sendo gritado, alegremente, por uma menina de 5 anos que chegava de carro com os seus pais. Naquela madrugada acordei e, dentre as lembranças que me vieram, estava esta amorosa menina. Surpreendi-me sorrindo. Ali, deitada num quarto escuro e silencioso, orei por ela e por sua família. Será que o mesmo acontece com Deus? Ele sorri quando O buscamos com o coração aberto, sem segundas intenções? Com a simplicidade de uma criança?

Soube da história de um cachorro que foi doado e levado a 60 quilômetros de distância de onde cresceu. Logo que chegou ao seu novo lar, fugiu. Um ano e meio depois, ele retornou a sua antiga morada. Tantos dias perambulando, procurando o seu dono, caçando aromas, gestos que traziam segurança ao seu interior. Lealdade, como tem sido rara nos últimos tempos!
Tenho pensado... quero, da mesma forma me apegar e ser leal, cada dia mais a Deus. Valorizar cada momento em Sua Presença. Quero também valorizar, apreciar cada pessoa que, por decisão de Deus, passa ou passou pela minha vida. Pessoas destinadas, como eu, a viver no tempo que se chama hoje e que, de alguma forma, nos conhecemos. Sabemos que nada acontece por acaso, tudo passa pelo crivo de um Deus soberano e serve para o nosso crescimento. Existe algo sobrenatural no conjunto de pessoas que compartilham da jornada da nossa vida. Que Deus nos ensine a perdoar, a amar até mesmo aqueles que ‘não são amáveis’, que ferem e perturbam a paz.

            Atualmente vivemos momentos em que são freqüentes o individualismo, o protocolo de uma dissimulada e fria convenção social. Muitos, já feridos, desgastados por tantas decepções, evitam se apegar às pessoas. Será que não é mais valioso sofrer por se doar do que ir passando indiferente, sem se deixar envolver? Creio que vale a pena arriscar sem esperar retorno, mesmo quando não nos é conveniente. As experiências, as surpresas poderão enriquecer, sobremaneira, nossas lembranças e na velhice, do nada sorriremos: Valeu, não desperdicei minha vida!

Num poema de Fernando Pessoa aprendo: 
"Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu.
Mas nele é que espelhou o céu" (Fernando Pessoa)


Parafraseando este poema, creio também que se quisermos vislumbrar um naco do céu, ir além da mesmice devemos entender que as emoções não podem ser inertes e nos fazer inertes. Elas são dinâmicas, atravessam mares, perigos e abismos, porém e, por conta disso, são os espelhos nos quais o céu se firmou, são os bumerangues das boas recordações.
               
Para Refletir: Qual tem sido a minha visão da vida? Tenho considerado e amado as pessoas que convivem comigo? Elas sabem disso? Tenho verbalizado este sentimento? 

Oração: “Deus, o meu céu, o meu espelho, o meu sustentáculo, em quem ponho toda a minha fé, transforma o meu caráter de modo que ser imitador de Cristo seja o meu Único alvo.  Sustenta os meus pés durante as tempestades e transforma a minha alma, conforme o Seu querer. Ensina-me a valorizar as pessoas, a geração em que eu vivo. Que ninguém passe incólume ao meu lado. Que eu saiba reconhecer o aflito e confortá-lo. Em nome de Jesus que tanto me ensina. Amém”!


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