“... Sob a Tua Palavra lançarei as redes" (Lc 5.5b)


'O Teu caminho, ó Deus, é de santidade.

Que Deus é tão grande como o nosso Deus?

Tu és o Deus que opera maravilhas e, entre os povos, tens feito notório o teu poder" (Sl 77.13-14)


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

"Corando de vergonha, em 3 tempos"

Corando de vergonha em 3 tempos:
         
I. A oração de Daniel pelo povo (Dn 9:1-19), por volta de 600 a.C:
“Voltei o rosto ao Senhor Deus,
para O buscar com oração e súplicas,
 com jejum, pano de saco e cinza.
Orei ao Senhor, meu Deus, confessei e disse: ah! Senhor!
Deus grande e temível, que guardas a aliança e a misericórdia 
para com os que te amam e guardam os teus mandamentos;

Temos pecado e cometido iniquidades,
procedemos perversamente e fomos rebeldes,
apartando-nos dos teus mandamentos e dos teus juízos;
E não demos ouvidos aos teus servos, os profetas, 
que em teu nome falaram aos nossos reis, 
nossos príncipes e nossos pais, 
como também a todo o povo da terra.

A ti, ó Senhor, pertence a justiça, mas a nós,
o corar de vergonha, como hoje se vê...

Apesar disso, não temos implorado o favor do Senhor, nosso Deus, 
para nos convertermos das nossas iniquidades e 
nos aplicarmos à tua verdade.

Por isso, o Senhor cuidou em trazer sobre nós o mal e 
o fez vir sobre nós; pois justo é o Senhor, nosso Deus, 
tem todas as suas obras que faz, 
pois não obedecemos à Sua voz...
Agora, pois, ó Deus, ouve a oração do teu servo...

Inclina, ó Deus meu, os ouvidos e ouve: abre os olhos e 
olha para a nossa desolação...
Porque não lançamos as nossas súplicas 
perante a tua face fiados em nossas justiças,
mas em tuas muitas misericórdias.
Ó Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e age; 
não te retardes, por amor de ti mesmo, ó Deus meu;
porque a tua cidade e o teu povo são chamados pelo teu nome”

 II. Discurso proferido pelo Senador Rui Barbosa, em 1914 d.C, 

na tribuna do Senado Federal (Senado Federal. Rio de Janeiro, DF Obras Completas de Rui Barbosa.  V. 41, t. 3, 1914. p. 86)
"A falta de justiça, Senhores Senadores, 
é o grande mal da nossa terra,
o mal dos males, a origem de todas as nossas infelicidades,
a fonte de todo nosso descrédito,
é a miséria suprema desta pobre nação.

A sua grande vergonha diante do estrangeiro,
é aquilo que nos afasta os homens, 
os auxílios, os capitais.
A injustiça, Senhores, desanima o trabalho, a honestidade, o bem;
cresta em flor os espíritos dos moços,
semeia no coração das gerações que vêm nascendo a semente da podridão,

habitua os homens a não acreditar senão na estrela, na fortuna, no acaso, na loteria da sorte, promove a desonestidade, promove a venalidade, promove a relaxação, insufla a cortesania, a baixeza, sob todas as suas formas.

De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver 
agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude, 
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto.

Essa foi a obra da República nos últimos anos.
No outro regime, o homem que tinha certa nódoa em sua vida 
era um homem perdido para todo o sempre,
as carreiras políticas lhe estavam fechadas.

Havia uma sentinela vigilante,
de cuja severidade todos se temiam e que,
acesa no alto, guardava a redondeza,
como um farol que não se apaga,
em proveito da honra, da justiça e da moralidade"

III. E hoje? “Qualquer semelhança é mera coincidência...”
Acomodação, omissão diante de tanta imoralidade, injustiça, corrupção?
O que fazer quando o pecado vira motivo de chacota, sinônimo de 'liberdade' e até de orgulho? Quando perplexos, percebemos que a iniqüidade não mais constrange (Is 3.9) e, pelo contrário, dissemina-se um desdém confesso pela justiça e valores eternos, até mesmo por parte de líderes, que, com gestos, palavras e atitudes desafiam e ofendem quem estima a honestidade?


         Que Deus nos ajude a rever nossa ética cristã, reconhecermos nossa parcela de culpa, nossa falha, arrepender-nos e levantarmos um clamor em favor do nosso povo, a exemplo de Daniel e Esdras:
“Meu Deus! Estou confuso e envergonhado, para levantar a Ti a face, 
meu Deus, porque as nossas iniquidades
se multiplicaram sobre a nossa cabeça,
e a nossa culpa cresceu até aos céus.

Desde os dias de nossos pais até hoje, estamos em grande culpa e,
por causa das nossas iniquidades...
Agora, ó nosso Deus que diremos depois disso?
Pois deixamos os teus mandamentos...

....o povo chorava com grande choro...
Ainda há esperança para Israel. (Ed 9 e 10)

AINDA HÁ ESPERANÇA PARA O BRASIL! Sim, eu creio!!!


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