Rompendo o casulo’ - Aprendendo com a cigarra (Orni cicata)
Texto Bíblico: “Portanto, eis que eu a atrairei, e a levarei para o
deserto e lhe falarei ao coração” (Os 2.14)
Os ovos das cigarras eclodem liberando as
ninfas (insetos jovens sem asas) que entram na terra e durante anos se
alimentam da seiva das raízes. No Brasil, após 3
a 4 anos, as ninfas cavam túneis, sobem nas árvores e, no tronco, rompem
suas vestes, deixando o exoesqueleto (“casca”) e tornando-se insetos adultos.
Suas asas saem do casulo encolhidas e, pelo bombeamento da hemolinfa nas suas
veias e movimentação dos músculos, se distendem.
Se você tentar ajudar a agilizar este
processo a cigarra ficará com asas atrofiadas. O tempo e o esforço para sair do casulo são essenciais
para o funcionamento de suas asas e para completar o ciclo, reproduzindo-se.
Tempo
e esforço são as chaves!
Entretanto, pertencemos a uma geração que
não aceita esperar, não aceita frustrações e que exige resultados imediatos,
sem grandes esforços. As conseqüências? Brigas no trânsito, confrontos por
picuinhas, estresse, depressão.
Contudo, o ciclo da vida funciona assim. Muitos
momentos ‘sob a terra’, amadurecendo. Período de aparente estagnação, porém,
com um profundo significado.
Moisés ficou quarenta anos no deserto
sendo preparado por Deus para libertar o povo de Israel do Egito. Há períodos em que Deus nos
leva ao deserto não para presenciarmos milagres, e sim, para amadurecer o nosso
caráter.
Muitos, no deserto, se rebelam, ficam desanimados,
sentem-se abandonados. Muitas vezes, clamam como Asafe:
“Será que o
Senhor vai nos rejeitar para sempre?
Será que Ele
nunca mais vai ficar contente conosco?
Será que
deixou de nos amar?
Será que a
Sua promessa não tem mais valor?
Será que
Deus esqueceu de ser bondoso?
Será que a
ira tomou o lugar da Sua compaixão?” (Sl 77.7-9)
... Será que Deus não quer nos ajudar como
antes? (Sl 77.10)
Somos levados ao deserto e ali, desafiados a alimentar
nossa fé, recordando o passado, os feitos maravilhosos de Deus e, como Asafe, compreender que: ‘Não há deus que seja tão grande
como o nosso Deus!’ (Sl
77.11-13 - NTLH).
Somos desafiados a nos lembrar na escuridão
o que aprendemos na luz (Joseph Baily). A certeza de que: ‘Temos um
Deus que intencionalmente se esquece dos nossos pecados e intencionalmente se
lembra da nossa fragilidade. Um Deus que caminha ao nosso lado, que tabernacula
entre nós em meio ao deserto grande e assustador’ (Philip Yancey).
No devido tempo, com o jeito certo, o
casulo é rompido e as asas fortificadas para novos horizontes, para novas
fronteiras.
Deserto é revelador. Evidenciam a textura
da nossa fé, as prioridades que cultivamos no nosso coração. Revela os motivos
pelos quais buscamos a Deus.
Deserto nos ensina a buscar a Deus pelo
que Ele é e não pelo que Ele pode nos oferecer. Os que querem somente a
satisfação dos seus caprichos, se recusam a crescer, não rompem o casulo,
morrem no deserto da imaturidade.
Deserto é
transformador para os que, com sensibilidade, ouvem a voz de Deus e submetem-se
ao Seu tratamento. No deserto, exercitamos a paciência, a fé, a tolerância, e a
importância do perdão. Aprendemos que somos pó e que sem Ele nada somos e nada
podemos fazer!
Para Refletir: Você sabe aguardar com paciência o momento
do Senhor para as etapas de sua vida? Quando as coisas não acontecem no tempo
ou do modo que planejou tem procurado entender os motivos e tirar lições?
Oração: “Senhor que tudo sabes, dono absoluto do
tempo e da história, ensina-me a esperar e a confiar; a entender e agir nos
desertos do modo que Lhe agrada, a buscar a Sua presença, a conhecê-Lo melhor.
Ajuda-me a ser aprovado como filho Seu. Em nome de Jesus. Amém!”
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