“... Sob a Tua Palavra lançarei as redes" (Lc 5.5b)


'O Teu caminho, ó Deus, é de santidade.

Que Deus é tão grande como o nosso Deus?

Tu és o Deus que opera maravilhas e, entre os povos, tens feito notório o teu poder" (Sl 77.13-14)


quarta-feira, 1 de julho de 2015

'Adversidade: pode ser amarga, porém jamais estéril'

        A rotina é agradável e o caminho parece certo e seguro. Estamos caminhando alegres e a passos largos e, de repente, e não mais do que repente, a rotina acaba e as portas se fecham diante de nós. Sentimo-nos rejeitados, perdidos e, muitas vezes ainda, sob forte tempestade.
         Você já se sentiu assim? O que significam portas fechadas? 
Portas fechadas significam que devemos desistir? Que o caminho que trilhamos é incorreto?
Portas abertas significam que não teremos problemas?

         Ah, não é tão simples assim...
         Na vida, nem tudo é redondinho e com conseqüências previsíveis. 

            Nem tudo vem sem espinhos, sem arestas.

            Caminhos floridos e encantadores podem ser prenúncios de problemas.
            Então, o que fazer quando as portas se fecham? Ficar aguardando a solução por si só? 

     Penso que não! O que estiver dentro das nossas forças, devemos fazer. A acomodação e a indiferença podem ser a chave da ruína:

"... desde o Titanic, o que prenuncia a catástrofe não é a proximidade do iceberg, mas a valsa que a orquestra insiste em tocar  no salão" (Roberto Pompeu, 2015).


E quando a porta se abre trazendo obstáculos e oposição? 
Paulo enfrentou esta situação:
"Porque uma porta grande e oportuna para o trabalho se me abriu;

e há muitos adversários" (1 Co 16.9).

            O que fazer diante de problemas? Na escola, quando a professora escrevia na lousa 'Problemas', o que fazíamos? Enfrentávamos: resolvíamos ou, aprendíamos a resolver! 
            E como era gratificante quando isto acontecia, não é mesmo?

          Henru Kaiser disse que: ‘Problemas são apenas oportunidades vestidas com roupas de trabalho!’

Sonhando os sonhos de Deus:
            Tenho aprendido que o asfalto da nossa caminhada deve ser concretizado sob a direção de Deus e que o lugar mais seguro do mundo e o mais agradável para se viver é dentro da Sua vontade. 
            Quando Deus participa da nossa história, aprendemos a sonhar os Seus sonhos e, então, não temos medo com as mudanças de rumo e com portas fechadas porque entendemos que elas representam o instrumento de Deus para que milagres aconteçam. Temos consciência, fortalecida pela fé e experiências passadas de que os caminhos de Deus são extravagantes e não seguem a nossa formatação estreita e simplória e que no final, redundarão em resultados extraordinários.
            Quando sonhamos os sonhos de Deus ocorrem barreiras? Sim, algumas se levantam até dentro do nosso coração ou mesmo pela falta de apoio dos que convivem conosco. 
            Haverá também opositores, coveiros de sonhos levantados pelo inimigo com o intuito de nos confundir e tentar embaçar nossa visão, nossa esperança. Porém, com Deus na história, cada etapa será vencida e a nossa fé e relacionamento com Deus e com o próximo irão se fortalecer. É sensacional! ALELUIA!!!
            Uma história de superação:
            Certo jovem, chamado João Marcos, acompanhou seu primo Barnabé e o apóstolo Paulo (Cl 4.10) na primeira viagem missionária da Igreja de Jesus Cristo. Entretanto, no início da viagem, ele decidiu 'abandonar o barco' e voltar para Jerusalém, para os braços de sua mãe Maria, pra sua casa, um lugar de oração e conforto, muito frequentado pelos discípulos de Jesus. Ah, era muito mais cômodo ficar ali sabendo das notícias e orando (At 12.12, 13.13).
            Paulo e Barnabé finalizam a primeira viagem missionária, retornando felizes, cheios de novidades e milagres pra contar. Quando a segunda viagem missionária é programada, Marcos quer ir. Entretanto, Paulo não permite. João Marcos estava queimado pela sua desistência. Não tinha valorizado devidamente a grande oportunidade de fazer parte da história da igreja. Ocorre um racha de modo que Barnabé segue com Marcos pra Chipre e Paulo vai com Silas para Síria (Atos 15.36-41).
            Quantas vezes, Deus nos dá oportunidades extraordinárias. Entretanto, ficamos amuados porque queríamos que fosse diferente. Apoiamos nossa visão em conceitos humanos de sucesso. Todavia, aprouve ao Senhor nos ensinar que os Seus valores são totalmente diferentes do nosso e que as humildes e difíceis atividades nos ajudarão a reduzir o nosso ego, a amadurecer para serví-Lo mais e melhor.

            A experiência de João Marcos ensina sobre perdão, amadurecimento que gera autoridade espiritual. Fala de um Deus da segunda chance.
            Em Jerusalém, Marcos encontra Pedro, homem quebrantado, que sabia o que era arrependimento e conhecia de perto a graça e o perdão de Deus. Há indícios de que Marcos escrevia as cartas de Pedro e que o evangelho de Marcos tenha sido escrito a quatro mãos (Marcos e Pedro). Por se tratar do evangelho mais antigo, acredita-se ainda que foi um referencial para os Evangelhos de Mateus e Lucas.
            Submissos a Deus, coisas tremendas acontecem.
            Marcos se torna um grande amigo de Pedro, chamado por ele de filho (1 Pe 5.13).
          Anos mais tarde, Paulo, já idoso, preso em Roma, sente-se solitário e triste. Escreve a Timóteo pedindo a ele que venha a Roma e traga Marcos e declara que a vinda dos dois seria muito útil para o seu ministério (2 Tm 4.10-11). Em outro relato, Paulo diz que Marcos é um conforto para sua vida (Cl 4.10-11).
            Amadurecimento de Marcos, amadurecimento de Paulo. Do local de onde menos esperamos, das grandes barreiras e adversidades pode vir a benção, grandes milagres e esplêndido aprendizado.
            Final feliz numa história de perdão, de reconsideração, de restauração.
          'Os obstáculos podem ser terrivelmente amargos,
porém nunca estéreis' (autor desconhecido).
            Deus transforma coisas pequenas e simples em grandes milagres demonstrando Seu poder e grandioso amor. Deus transforma um homem pecador num nobre, filho e herdeiro, sacerdote para anunciar ao mundo Sua maravilhosa luz, a vida abundante que Ele oferece, livre das mágoas e marcas do passado:
"Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz" (1 Pedro 2.9)

            Aprendo ainda que tudo que recebi de Deus é para repartir, sejam bens materiais, alegria, paz, perdão, amor e a graça, extraordinária e inaudita graça.


Servos dispensáveis?
           Conta-se que certo dia, Livingstone, médico inglês, missionário na África recebeu uma carta da Inglaterra perguntando sobre a qualidade das estradas da África porque intencionavam enviar pastores. Livingstone responde que pastores que necessitam de estradas abertas para pregar o evangelho eram totalmente dispensáveis.

      Impactante! Serve para que reflitamos: 'Temos esperado estradas, portas serem abertas? Temos sido abatidos por pequenos obstáculos? Mágoas? Temos sido servos dispensáveis? Inúteis?'
           Por que Jesus chamou pescadores para ser a base do seu ministério (Lc 5.1-10)? Homens acostumados com muito trabalho e pouco retorno (Cláudio Duarte).


         Que nada, nem circunstâncias ou pessoas, tenha autoridade de nos afastar da Presença de Deus e da Sua vontade para nossas vidas.


            Às vezes, como João Marcos nos sentimos desconsiderados diante da rejeição de nossas idéias, de intransigências, perdidos diante de portas fechadas. Entretanto, aprendamos com ele a semear aonde estivermos, sem rancor ou animosidade, fazendo do lado de fora destas portas um lindo e frutífero jardim até que recebamos do Eterno a ordem de prosseguir.
E que estejamos sempre abrigados nos braços do Pai (melhor lugar do mundo)!!!

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