'Quem é o culpado pela sua infelicidade?'

          Adão culpou Eva que culpou a serpente...

Desde os primórdios, o homem tem procurado culpados e apontado o dedo, com toda a displicência e, exagerada rapidez. 
Transferir a culpa pode até aquietar o coração, mas por muito pouco tempo...
Temos culpado alguém pela nossa insatisfação, pelas conseqüências das nossas decisões? A quem?

Hoje, proliferam profissionais, terapeutas que alisam a cabeça e ajudam a encontrar o culpado. Pode ser uma infância carente, palavras duras, pais omissos ou presentes demais, a falta ou até o excesso de oportunidades... Enfim, sempre é possível colocar a culpa em outro sobre a nossa indisposição de enfrentar nossos medos, nossos pecados, nossos desvarios e nossa relutância em mudar o nosso modo de agir.

O mundo ensina:
Está triste? Já pensou em deixar sua família, sair pelo mundo? Já pensou em se divorciar? Já pensou em se libertar das convenções que sufocam?          

Está gordo? Faça cirurgia, tome medicamentos... 

Está com problemas financeiros? Foram os negócios que deram errado, as circunstâncias que não favoreceram, o fulano que não colaborou, os juros que atrapalharam? Que tal dar um calote? Deixar a dívida caducar?
O mundo ensina paliativos que curam provisoriamente e superficialmente as feridas. Mas não resolvem a raiz causadora dos problemas. Geram somente pessoas mal resolvidas por não enfrentarem suas neuras, seus 'fantasmas' e não se dispor a mudar. 

A Palavra de Deus nos leva a reflexão e a mudanças, no que estiver ao nosso alcance.

Você está casado neste momento? Está infeliz? O que pode fazer para que seu cônjuge e você sejam felizes e realizados? Não se iluda pensando que fazendo tudo sempre do mesmo jeito, somente com o pensamento positivo, as mudanças brotarão espontaneamente! 

        Lute pelo seu lar. Busque ajuda de Deus, de pessoas que sirvam a Deus. Leia a Bíblia. Você encontrará modelos de atitudes que poderão mudar seu lar (Efésios 5.22 a 6.4). Vá em encontros de casais que utilizem a Palavra de Deus como referencial: "Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam..." (Sl 127.1).

Após uma cirurgia (para emagrecer) invasiva, devastadora nas suas seqüelas, muitos lamentam não terem se esforçado mais numa dieta equilibrada, como bons mordomos do nosso corpo (1 Co 6.19-20; Ef 5.29). 

Dívidas são resolvidas se decidirmos rever nossos gastos, organizar as finanças, pagar contas (primeiro as com juros mais altos) e não fazer novas (Rm 13.8). 

Há quem faça dívidas pra Deus pagar: fé ou irresponsabilidade? O guarda-roupa lotado não vai mudar o seu estado de espírito, só vai adiar e aprofundar a ferida da sua alma (1 Tm 6.7-10).

Não consegue perdoar? Peça ajuda de Deus. Confesse sua indisposição em fazê-lo. Muitos gostam de ficar ruminando mágoas, que vão azedando seu interior, contaminando o seu corpo e a sua alma, gerando doenças e até, a morte prematura (Hb 12.14-15).       

Sei, por experiência própria, como é difícil enfrentar uma infância carente, pai alcoólatra, cobranças, humilhação. Mas sei também que o meu presente e o meu futuro dependem das minhas decisões e decidi não ficar refém de um passado que não escolhi. Não vou desperdiçar minha vida rodeando a montanha sem tomar um norte, sem assumir a responsabilidade que tenho em mudar minha história, meu legado. 

Qual opção eu tenho? Buscar a cura no Senhor Deus: "O Senhor... sara os de coração quebrantado e lhes pensa as feridas" (Sl 147.2-3). É o que tenho feito e testemunho, com alegria, que Deus tem cuidado do meu coração. Coraçãozinho difícil, reconheço. Mas, Deus é especialista em causas impossíveis... rsrs

E, assim tratada, vou em frente: ‘esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o premio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus’ (Fp 3.13-14).
Sim, penso que cada um decide ser feliz ou infeliz, independente das circunstâncias. É uma decisão pessoal, um aprendizado (Fp 4.8). É olhar a vida com gratidão pelas oportunidades (elas acontecem com todos) e responsabilidade.

'Obrigada, meu Deus, porque tem me ensinado a repensar o meu modo de agir, a mudar o meu temperamento, as minhas escolhas... Ensina-me, dia a dia, a ser bom mordomo de tantas oportunidades que tem me oferecido de modo a construir um futuro digno, com generosas e boas colheitas. Ajuda-me, Senhor, a perseverar com responsabilidade, na torre de vigia, policiando, sempre, as sementes que cultivo, sob o referencial da Palavra de Deus'.  
        

E assim, vamos que vamos até que voltemos com os braços carregados de feixes, jubilosos e compartilhando com todos as grandes coisas Deus tem feito por nós, motivo da nossa alegria e entusiasmo em viver (en + theos + asm do grego, Deus em nós) (Sl 126).

Que Deus nos abençoe!