“... Sob a Tua Palavra lançarei as redes" (Lc 5.5b)


'O Teu caminho, ó Deus, é de santidade.

Que Deus é tão grande como o nosso Deus?

Tu és o Deus que opera maravilhas e, entre os povos, tens feito notório o teu poder" (Sl 77.13-14)


terça-feira, 28 de janeiro de 2014

'O gene egoísta'

Altruísmo: Aprendendo com as formigas (Atta spp)
Texto Bíblico: “Tendo purificado a vossa alma, pela vossa obediência à verdade, tendo em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente” (1 Pe 1.22-23)

        As formigas, admiradas pela sua união, trabalho incansável e previdência, armazenam alimento para épocas de escassez. Apesar de sua pequenez e de serem, muitas vezes rotuladas, injustamente, como símbolo de insignificância ('Não faço mal a uma formiga...'), muito nos ensinam:  
        
1. A aparência externa nem sempre revela a realidade, as reais intenções. 
          Muitos acreditam que elas se alimentam de folhas e, no entanto, o seu alimento preferido são os fungos cultivados sobre estas folhas trituradas. 
2. Sempre é hora de recomeçar. 
            Quando um formigueiro é destruído, rapidamente, elas iniciam um novo. São capazes de construir formigueiros que são admiráveis obras de engenharia com túneis extensos e câmaras diferentes de acordo com sua função (berçário e estocagem de alimentos), num emaranhado complexo e eficiente. 
           Assim deve ser, se não estabelecermos alvos e perseverarmos neles, ficaremos à deriva, mesmo que o vento sopre a favor.

3. Relacionamentos resultam da comunicação e altruísmo.
         Quando estão nos carreiros (trilhas) e encontram companheiras param, trocam um “cheirinho” pelas antenas e, nesta troca de odores, informam a localização de fontes de alimento e as condições do estado de nutrição da outra. Se preciso, a que está com o papo cheio regurgita, doando alimento para a parceira. 
    Ah, como precisamos aprender a trocar idéias, possibilidades, a sermos generosos com os colegas de jornada: 
             "Se quiser ir rápido, vá sozinho. 
Se quiser ir longe, vá em grupo" (Provérbio africano)

          Quem semeia, colhe. Um dos pesquisadores mais produtivos que eu conheci não tinha receio de competição. Distribuía idéias para pesquisas, compartilhava resultados e publicava muito.
             Quem retém, míngua.  Quem só ajunta e não espalha fica estagnado, como água parada. Quem não é fonte e não flui, é poço de armazenamento e, como tal, sujeito a contaminações (porque não se renova) e, finalmente, torna-se um grande candidato a extinção.

            Richard Dawkins, da Universidade de Oxford, autor do “O gene egoísta” relata que somos reféns dos nossos genes. Segundo ele, os genes nos controlam e nos obrigam a negociar, o que for preciso, a fim de multiplicá-los para próximas gerações. Segundo William Hamilton não existe altruísmo na natureza. Os insetos sociais se sacrificariam pelo ninho para que os seus próprios genes, presentes em suas irmãs, possam sobreviver.
          
          Entretanto, para o ser humano e, até mesmo, para muitos animais*, percebemos que não é bem assim. A história mostra que muitos homens e mulheres têm sacrificado suas vidas em prol de pessoas desconhecidas:
            David Livingstone (1813-1873), missionário médico escocês, foi para África e se dedicou ao povo africano. Cuidou de enfermos, combateu tenazmente o tráfico de escravos e contribuiu para o conhecimento dos recursos ambientais da África. Encontrado por jornalistas, magro, enfraquecido pela malária, não aceitou retornar à Inglaterra. Morreu ajoelhado, ao lado de sua cama, orando. O seu coração foi enterrado sob uma árvore, em solo africano e o seu corpo levado para Londres, onde foi sepultado na Abadia de Westminster. 
        Interessante relatar que a história conta que, anos depois, missionários voltaram para África e, ao falarem de Jesus e do seu imenso amor, ficaram surpresos quando os nativos disseram que tinham conhecido Jesus e que Ele tinha vivido entre eles. Referiam-se a Livingstone. Confundido com o próprio Cristo. Isto é ser de fato cristão.

         É bom ressaltar ainda que o verdadeiro altruísta se doa com amor, sem lamentar as perdas, o cansaço, o desgaste, enfim, sem divulgar. A sua mão esquerda desconhece o que faz a direita (Mt 6.3). Caridade, assistência feitas com exigências e alardes deixam de ser altruísmo e se tornam mero exibicionismo.

Para Refletir: Temos sido altruístas ou exibidos no nosso dia a dia? Temos lutado para que a nossa vizinhança, nossa cidade, nosso país seja melhor ou temos sido coniventes com padrões éticos e morais corrompidos?


Oração: “Senhor, ensina-me a ser imitador de Jesus Cristo. Tira o egoísmo do meu coração e faz de mim uma pessoa amorosa, disponível, altruísta. Em Jesus, amém!”

http://destilardosfavos.blogspot.com.br/2013/03/reservatorio-ou-canal-de-bencao.html

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