“... Sob a Tua Palavra lançarei as redes" (Lc 5.5b)


'O Teu caminho, ó Deus, é de santidade.

Que Deus é tão grande como o nosso Deus?

Tu és o Deus que opera maravilhas e, entre os povos, tens feito notório o teu poder" (Sl 77.13-14)


sexta-feira, 26 de julho de 2013

'Lágrimas que curam...'

'Tá faltando choro...'

O campo tem de ser fragmentado, o ferro derretido, o pomar podado, o trigo joeirado, a correnteza aprisionada acima do moinho. 
Talvez aconteça o mesmo com a vida do homem. 
Da derrota devem nascer grandes conquistas; 
das lágrimas, propósitos; 
do desespero, a esperança” (George Dell, citado por Yancey, 2001)

Certa vez ouvi um comentário que um bom pregador da Palavra não é aquele que faz você sair do culto feliz, satisfeito consigo mesmo, achando que está tudo bem e que não precisa mudar nada.
O bom pastor é aquele que conduz a ovelha a abrir o coração ao Espírito Santo, de modo que passe a enxergar a sujeira do pecado que cometeu contra Deus e a sentir a dor da separação com o Pai.
Uma Palavra que conduz ao choro pela vergonha do pecado, pelo distanciamento de Deus e jamais às justificativas vãs.
Uma Palavra que leva a ovelha, com humildade, a buscar o perdão de Deus, a restauração, a transformação.
O lamento e as lágrimas são a senha para a cura:
“... Ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas;
eis que eu te curarei...” (2 Rs 20.5)

     Que falta tem feito o quebrantamento em nossas igrejas e em nossas vidas.      
     Sem ele, os cânticos tornam-se barulhos estridentes, que exaurem o corpo e esgotam o espírito.
     Cânticos incapazes de atingirem o objetivo de cultuar o nosso Deus!

      Do que adianta oferecer louvor e carregar rebeldia no coração? (Salmo 50).

"Aborreço, desprezo as vossas festas e
com as vossas assembéias solenes não tenho nenhum prazer.
E, ainda que me ofereçais holocaustos e vossas ofertas de manjares, 
não me agradarei deles... 
Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos,
porque não ouvirei as melodias das tuas liras... 
cantais à toa ao som da lira e inventais, como Davi,
instrumentos músicos para vós mesmos" (Amós 5.21-23; 6.5)

A conivência com o mal faz com que ‘adoração’ seja secundária, rasa. 
Cânticos que mexem com o cérebro ou com os ouvidos e jamais com o coração. 
Como adorar a Deus com a cerviz e os queixos eretos, focados na performance, nas frases de efeito e não n'Ele?

Lembro-me, com saudades, da ‘hora silenciosa’, nos cultos da Igreja Presbiteriana de Ribeirão Preto (SP). 
Penumbra, o órgão tocava com suavidade e a gente orava e chorava na presença de Deus. O silêncio só era quebrado por soluços, aqui e alí, e nunca por pessoas conversando ou caminhando...
Era um renovo. O pastor dizia, antes da oração: 
‘Fala, Senhor, que o teu servo ouve’. E como Deus falava...

"Quero voltar aos velhos tempos Senhor, ao primeiro amor.
Faz-me sensível ao pecado. 
Quero chorar quando desobedeço à Sua vontade, 
Não quero me acostumar com o sagrado ao ponto de não lhe conceder o Seu devido valor.
Quero chorar de alegria e emoção ao ouvir as Suas Promessas de perdão e de colheitas abundantes. 
Quero orar e desfrutar das promessas contidas no Salmo 126:
“Restaura nossa sorte Senhor. 
Muda a nossa história de modo que a nossa boca 
se encha de riso e a nossa língua de júbilo.
Que todos vejam e testemunhem que o Senhor restaurou a nossa sorte. 
Que a nossa semeadura e a nossa esperança não foram em vão.
Que a nossa felicidade é resposta de Sua Presença em nossa vida. 
Presença que traz a alegria da Salvação;
o fluir dos mananciais, mesmo no deserto;
o júbilo das colheitas abundantes”

Que o nosso Deus, nos dê visão para (extraído de Baptist Herald):
Olhar para trás com gratidão...
    Olhar para cima com louvor...
        Olhar para dentro com quebrantamento...
            Olhar ao redor com compaixão...
                Olhar para frente com esperança.

E assim prosseguir para o alvo, para a linha de chegada, em busca do prêmio da vitória da nova vida, vida transformada para a qual Deus nos chamou, por meio de Cristo Jesus (Fp 3.14 - NTLH)

E, neste contexto, cumprir nossa missão de pregar o evangelho com o coração quebrantado, disposto, disponível e com muita misericórdia e amor pelas almas perdidas.
Que Deus nos abençoe!

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