“... Sob a Tua Palavra lançarei as redes" (Lc 5.5b)


'O Teu caminho, ó Deus, é de santidade.

Que Deus é tão grande como o nosso Deus?

Tu és o Deus que opera maravilhas e, entre os povos, tens feito notório o teu poder" (Sl 77.13-14)


segunda-feira, 4 de junho de 2012

Fugir ou não fugir, eis a questão!

Hora de enfrentar ou hora de fugir?


Desenho da minha filha Deborah

Hora de enfrentar:
Por que clamas a mim? 
Dize aos filhos de Israel que marchem" (Ex 14.15).

Era 1939, época de grande recessão econômica. Wallace Johnson é despedido da serraria onde trabalhava. Abalado, hipoteca sua casa e investe no ramo de construção. Seus negócios prosperam e, de desempregado, torna-se um dos maiores empresários do mundo, oferecendo emprego para milhares de pessoas.

Hora de enfrentar! Davi chora, até não ter mais lágrimas, quando sua família foi levada cativa e o seu acampamento, em Ziclaque, destruído pelos inimigos. Entretanto, orientado por Deus, vai em busca do que é seu.  

Hora de enfrentar! Deus, preparando Moisés para sua grande missão, manda que ele lance o seu cajado no chão. Ao fazê-lo, o cajado se transforma numa serpente. Moisés foge. Então, o Senhor ordena que ele pegue a serpente pela cauda e, quando ele o faz, na confiança em Deus, ela volta a se tornar cajado (Ex 4.1-5).
O Pr Eduardo Coelho, meditando sobre este texto, considerou que, muitas vezes, como Moisés, avaliamos os recursos, os dons, os instrumentos que temos como problemas, perigo e, com medo, fugimos. Podem ser responsabilidades, tarefas (de pais, cônjuge, profissionais), dinheiro, casa, cursos. As oportunidades, concedidas por Deus, para serem benção tornam-se motivos de pânico, aflição. Entretanto, devemos enfrentar o medo e pegar a serpente pelo rabo. 

Mas é uma serpente... que medo! Instrumento estranho, diferente do padrão que estabelecemos: desemprego, rejeição, perdas, frustrações, desertos, solidão! Mas pode ser a ferramenta preparada por Deus para que o Seu propósito se realize. Para nos lapidar, nos amadurecer, fazer de nós filhos melhores, mais preparados, mais capacitados. O Deus que nos chama, nos habilita, sustenta, caminha conosco, provendo cada uma de nossas necessidades. 
A nós cabe marchar, prosseguir, ir transpondo cada pedra no caminho! Às vezes mais rápido, outras vezes mais lentamente. Não no ritmo do companheiro de jornada, mas no nosso próprio compasso.

Se você está sendo desafiado para novos rumos, confirme com Deus este novo caminho, lembre-se do tanto que Deus já fez, do Seu cuidado. Estas lembranças geram esperança, alimentam sua fé para enfrentar, transpor barreiras, pegar a serpente pelo rabo fazendo, dos recursos disponíveis, ingredientes para uma vida reconstruída.

Há momentos de enfrentar, porém há momentos de fugir:

Hora de fugir, recuar:
O sábio é cauteloso e desvia-se do mal,
mas o insensato encoleriza-se e dá-se por seguro (Pv 14.16).

Muitas vezes, a vitória está na fuga. Fuga do pecado, da cólera, das más companhias, do que não edifica. Fuga da Babilônia (Jr 51.6) e de tudo que nos afasta de Deus e que se opõe à Sua vontade.
“Fugi, salvai a vossa vida, ainda que venhais a ser
como o arbusto solitário no deserto” (Jeremias 48.6)

Hora de fugir! Davi, quando ofendido e confrontado pelo seu irmão Eliabe, desvia-se. Um matador de gigantes, de urso, de leão, um guerreiro destemido, quando fugiu de confrontos inúteis, teve vitória (1 Sm 17.28-30). Entretanto, quando tentado por Bate-Sabe, Davi não fugiu, adulterou, sujando sua história e trazendo conseqüências funestas para os seus descendentes.
Entretanto, Davi não revidou quando ameaçado e perseguido por Saul. Apesar de provocado, recuava e isto lhe foi propício no futuro.

Hora de fugir! Do que não agrada a Deus, dos confrontos, de pessoas que nos esvaziam, que sugam nossa seiva, que nos levam a pecar. Fugir da impureza, da idolatria, do mal e da aparência do mal. 

Hora de fugir! Fugir da corrupção, da língua desenfreada, da murmuração, das intrigas, dos queixumes, do egoísmo, do sexo ilícito, das drogas, das contendas.

Hora de fugir! Para não estragar nossa vida, nosso legado. José do Egito guardou sua honra ao fugir da mulher de Potifar (Gn 39). José e Maria fugiram com o menino Jesus porque Herodes queria matá-lo (Mt 2.13). 

Fugir, em alguns momentos, é demonstração de prudência, coragem, domínio próprio, sabedoria, decisão. Não devemos nos sentir seguros demais, fortes demais, invencíveis demais: “Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia” (1 Co 10.12).
Não nos escoremos em nós mesmos, não baixemos a guarda. A ordem é vigiar e orar, sempre e, sem cessar, reconhecendo nossa pequenez e necessidade do apoio do Pai.
Feliz é o homem que, direcionado por Deus,
sabe a hora de enfrentar e a hora de se afastar.


'Oh, Senhor, dê-nos discernimento em todo tempo, para não fugirmos do que precisamos enfrentar e não nos aproximarmos daquilo do qual precisamos nos afastar. Ensina-nos a escolher nossas guerras. Ajuda-nos a nos recolher, nos refugiar no esconderijo do Senhor, Altíssimo nosso'.
"Faze-me discernir o propósito dos teus preceitos... 
Desvia-me dos caminhos enganosos... 
(e) os meus olhos das coisas inúteis e 
faça-me viver nos caminhos que traçaste" (Sl 119.27-28, 37).



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2 comentários:

Unknown disse...

gostei muito.

Regina Helena disse...

Que bom, fico feliz em saber.
Deus abençoe nossas vidas e nos ensine a saber quando e como enfrentar e quando fugir.
Regina Helena