“... Sob a Tua Palavra lançarei as redes" (Lc 5.5b)


'O Teu caminho, ó Deus, é de santidade.

Que Deus é tão grande como o nosso Deus?

Tu és o Deus que opera maravilhas e, entre os povos, tens feito notório o teu poder" (Sl 77.13-14)


sábado, 10 de outubro de 2015

'Plantando, dá!'

Plantando, dá! - Aprendendo com as formigas (Atta spp.)
"Porque não é para que os outros tenham alívio, e vós, sobrecarga; mas para que haja igualdade, suprindo a vossa abundância, no presente, a falta daqueles, de modo que a abundância daqueles venha a suprir a vossa falta, e, assim, haja igualdade. Como está escrito: O que muito colheu não teve demais; e o que pouco, não teve falta" (2 Co 8.15)

As saúvas, formigas sociais, pioneiras na arte do plantio, coletam folhas que servem de adubo para os fungos, seu alimento favorito. Zelosas, limpam as folhas antes de levá-las ao ninho. 
Nas trilhas, tocam-se pelas antenas, trocando informações de fontes de alimento e de suas necessidades. Se necessário, uma formiga transfere alimento para a outra. Ao retornarem ao ninho, formam uma trilha com odores (feromônio), para ensinar o local da fonte de alimento. Cada grupo tem sua função (cortadeira, soldado, faxineira, cavadeira de túneis) e se esmera nela.1,2,3,4          
O que aprendo com as formigas?
Precisamos compreender, com humildade, que há momentos em que agimos como doadores e, em outros, como receptores. Entretanto, muitos retêem a benção e regulam a semeadura: “Quem somente observa o vento nunca semeará, e o que olha as nuvens nunca segará”.5 

     Ah, como precisamos levantar nosso parceiro abatido, sem titubear, de modo incondicional. Segurá-lo pela mão e animar o seu coração, mesmo que isto represente perdas, doação ou renúncias. Mesmo que o nosso coração diga que ele não fez por merecer: “Um ao outro ajudou e ao seu próximo disse: Sê forte”.6 
Ao levantar o companheiro, nossas pernas se firmam no chão e tornamo-nos mais fortes e preparados para as batalhas. 

       Por outro lado, quando estivermos tristes, vamos nos achegar, abrir nosso coração ao nosso parceiro de jornada, amigos confiáveis que cultivamos. Caso você não disponha de amigos leais, peça para o Senhor discernimento para encontrar alguém e aproxime-se dele para uma parceira de intercessão, de ajuda mútua.
Para não ocorrer 'efeitos colaterais' precisamos amadurecer na confiabilidade. O que nos for contado em confiança deve ser guardado a sete chaves, no nosso coração. Podem ser medos, problemas, dificuldades... seja o que for. Faça como se a discrição, a fidelidade fosse uma dívida para com o Senhor. 
Paulo encontrava alívio na presença de Tito e isto lhe era sobremodo gratificante:
"Porque, chegando nós à Macedônia, nenhum alívio tivemos; pelo contrário, em tudo fomos atribulados: lutas por fora, temores por dentro. Porém Deus, que conforta os abatidos, nos consolou com a chega de Tito; não somente com a sua chegada, mas também pelo conforto que recebeu de vós, referindo-nos a vossa saudade, o vosso pranto, o vosso zelo por mim, aumentando, assim, meu regozijo" (2 Co 7.5-7)
Acho tremendo este texto. Paulo se refere a lutas externas e ao medo que trazia no coração. Mas é grato a Deus pelo conforto da presença de Tito e das boas notícias que trazia de Corinto em que Paulo era lembrado com saudades e amor. 
Ah, meus amados, Paulo, o grande apóstolo Paulo, sente necessidade de achego, de saber que é amado e respeitado. 
Não deixemos ninguém de lado. Mesmo aquele que parece transmitir segurança. O seu coração pode ocultar o medo, a solidão e a dor.

Para Refletir: "Ele fará com que vocês sejam sempre ricos para que possam dar com generosidade. E assim muitos agradecerão a Deus a oferta que vocês estão mandando por meio de nós" (2 Co 9.11)

Oração: 
'Ah, quero estar sempre disposta a estender os braços para acolher o irmão ferido. Dê-me sensibilidade e amor, Senhor, para entender o momento  e o modo certo de praticar isto. Senhor, careço também de amigos leais, mostra-me os amigos que o Senhor tem preparado para mim. Que eu possa ser abençoada pela vida deles e abençoá-los, generosamente, também. Em nome do nosso maior amigo, Jesus Cristo, amém!'


1 Wallis, D.I. Food-sharing behaviour of the ants. Formica sanguinea and Formica fusca. Behaviour, v.17, p. 17-24, 1961.
2 Wilson, E.O. Chemical communication among workers of the fire ant Solenopsis saevissima (Fr. Smith). 1. The organization of mass-foraging. 2. An information analysis of the odour trail. 3. TheO experimental induction of social responses. Animal Behaviour, v.10, p. 134-64, 1962.
3 Wilson, E. O. The insect societies. Cambridge, Harvard University Press, 1971, 548 p.
Vilela, E. F. & Dellalucia, T. M. C. Feromônios de insetos: biologia, química e emprego no manejo de pragas. Viçosa, Imprensa Universitária. 1987, 155 p.
5   Eclesiastes 11.4
Isaías 41.6. 

Nenhum comentário: