‘Virtudes cardeais’
“Ensina-nos a contar os nossos dias, para
que alcancemos coração sábio” (Sl 90.12)
Os sábios da Antiguidade
consideravam que todo comportamento humano deveria girar em torno das quatro
virtudes cardeais: prudência, coragem, temperança e justiça.
O que é uma virtude cardeal? Do
latim, virtus: força moral, hombridade, vigor e cardeal: eixo; ponto principal, em torno do qual as coisas giram; 'dobradiça da porta'.
Sendo assim, virtude
cardeal significa uma disposição firme, perseverante em focar e praticar o bem
e rejeitar o mal de modo a tornar-se um estilo de vida, um hábito que trará um novo destino:
“Plante um pensamento, colha uma ação;
Plante uma ação, colha um hábito;
Plante um hábito, colha um caráter;
Plante um caráter, colha um destino (Stephen Covey)
O apóstolo Paulo nos
ensina que tudo começa no âmbito do pensamento. “Finalmente, irmãos,
tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é
justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o
que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe,
Seja isso o que ocupe o vosso pensamento...e o Deus da paz seja
convosco” (Fp 4.8 - grifo acrescentado)
Então, como posso virar a página
para uma nova história, como plantar um bom destino? Vamos analisar cada virtude, à luz da Palavra de Deus, que deve reger nosso dia a dia.
1. Prudência,
bom senso ou sabedoria prática: tomar decisões buscando o que é verdadeiro, honrado com ‘pré-visão’ sobre as conseqüências dos atos. Na prática, é pensar: 'Em meus passos, o que faria
Jesus?' *
Pitágoras disse: “A prudência é o olho de todas as virtudes”. Da
sabedoria nas decisões nasce a orientação para que as outras 3 virtudes sejam
exercitadas.
Abigail, ao ver sua família ameaçada saiu
de sua zona de conforto e ousou questionar Davi, um guerreiro audaz, quanto ao seu projeto e
alertá-lo para a injustiça que planejava executar (1 Sm 25.1-34).
2. Coragem: manifesta-se durante as adversidades.
É uma força, uma decisão interior de não retroceder, não negociar a honra e a
dignidade e sim defendê-las, mesmo à custa da própria vida.
Estevão e tantos outros mártires
não negaram sua fé e, com firmeza expuseram a hipocrisia dos líderes religiosos
de sua época (Atos 7).
3. Temperança: moderação, controle dos impulsos
pessoais. Capacidade de renunciar ou protelar realizações, prazeres para que o
bem prevaleça.
Daniel foi temperante: “Resolveu
Daniel, firmemente, não contaminar-se com as finas iguarias do rei...” (Dn 1.8).
Um dito popular ensina
que um peixe pode viver no mar sem se tornar salgado. Sim, é possível conviver num
mundo corrompido sem se contaminar, sem se conformar (Rm 12.2).
4. Justiça: Respeitar o próximo, seu valores e
direitos, dando ao outro o que lhe é devido. A justiça deve incentivar a
honestidade, a partilha, o acolhimento aos menos favorecidos.
A parábola contada por Jesus, sobre
o bom samaritano nos ensina a tratar o nosso próximo com amor e misericórdia, independente
de sua posição social (Lc 10.30-37).
Finalmente, qual a alavanca que motiva todas
as virtudes? O amor, ensinado por Deus. Entretanto, somente Ele nos capacita a
exercitarmos este sentimento, em toda a sua inteireza, porque sem Ele nada
somos e nada podemos fazer:
Após 400 anos de
lutas, finalmente, o povo de Israel vai adentrar a terra prometida, sob a
direção de Josué. Uma nova história seria construída, mas para isto, o povo
devia se santificar:
"Disse Josué ao povo:
Santificai-vos,
porque amanhã o Senhor fará maravilhas no
meio de vós" (Js 3.5).
Como desfrutar de uma
nova vida, das surpresas preparadas por Deus se o nosso coração estiver
distante d'Ele, poluído com o pecado, com mágoas?
Santificai-vos... Hora de refletirmos sobre nossos sentimentos, atitudes, palavras, assumindo um compromisso de mudança para abençoar pessoas e ser abençoado.
A vida é um bumerangue, tudo que lançamos, volta; tudo que semeamos, colhemos. Se não estamos satisfeitos com o que estamos recebendo em nossa vida, devemos repensar e mudar o que estamos lançando. Sempre considerando que:
'Se não houver fruto, valeu a beleza das flores.
Se não houver flores, valeu a sombra das folhas.
Se não houver folhas, valeu a intenção do semeador.' (Henfil)
“Senhor, Pai de amor, eu me curvo, agora, na Sua
Presença
para pedir perdão e a Sua intervenção na
minha vida.
Clamo por Sua misericórdia, por Sua orientação.
Conceda-me o perdão e as virtudes que
tanto necessito.
Ah, Senhor, ajuda-me a não magoar as
pessoas e
a perdoar a quem tem me ofendido.
Capacita-me a honrá-Lo em todo tempo,
agradar o Seu coração e a cumprir as
incumbências
que o Senhor destinou pra mim.
Em nome de Jesus que nos ensina o que é amar,
de fato e de verdade, amém!”
Sugiro a leitura de:
* SHELDON, C. Em
seus passos o que faria Jesus? Editora
Mundo Cristão, 2010, 288 p.