“... Sob a Tua Palavra lançarei as redes" (Lc 5.5b)


'O Teu caminho, ó Deus, é de santidade.

Que Deus é tão grande como o nosso Deus?

Tu és o Deus que opera maravilhas e, entre os povos, tens feito notório o teu poder" (Sl 77.13-14)


sábado, 12 de janeiro de 2013

"Fé que pensa, razão que crê!"

(Segue abaixo a Introdução que escrevi para o livro, 
ainda não publicado: 
'Aprendendo com os bichos: Sobreviventes')

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“Mas pergunta agora às alimárias, e cada uma delas to ensinará; e às aves dos céus, e elas to farão saber. Ou fala com a terra, e ela te instruirá; até os peixes do mar to contarão. Qual entre todos estes não sabe que a mão do Senhor fez isto? Na Sua mão está a alma de todo ser vivente e o espírito de todo o gênero humano”. Jó 12.7-10


Mistérios...
“A mais bela sensação que podemos experimentar é o mistério. É a fonte de toda ciência e arte verdadeiras. Aquele a quem essa sensação é estranha, que já não consegue deter-se perplexo e tomado pelo espanto, é semelhante ao morto: seus olhos estão fechados”.
Albert Einstein (1930)¹
           
O nome é de vivo, mas está morto2: questão de visão ou sensibilidade? 
Philip Yancey¹ considerou que muitos acontecimentos interessantes podem ocorrer ao nosso redor e não serem processados pela incapacidade de visualizarmos o panorama global. 

Seria o ponto cego, imenso na maioria dos casos, que roubaria a inteireza de nossa visão, tornando nossa vida incompleta. 
Um desperdício. Olhos embaçados, sonolentos, indiferentes diante da beleza e diversidade da criação, do encanto de uma criança, do aroma de um bolo recém assado, do esplendor do pôr-do-sol, de uma melodia suave e envolvente.

O que tem contribuído para encolher nossas perspectivas e nos tornado, muitas vezes, tão limitados? Valores ou objetivos confusos? Ativismo desmedido? Adaptações a conceitos pré-estabelecidos?
Adaptar-se a mudanças é interessante para nossa sobrevivência. Entretanto, acomodar-se a dogmas herdados, que não são necessariamente corretos ou coerentes com o momento em que vivemos é cochilar, é aceitar um modelo apático de vida.
Desfrutar da vida com intensidade é ampliar horizontes, é reagir, é vislumbrar: “O que de interessante, inédito pode estar acontecendo ao nosso redor, neste momento, que nos escapa?”

Ciência & Apatia
Ao longo da história, a percepção de que existia algo a ser desvendado, despertou cientistas, impulsionou pesquisas que redundaram em descobertas que comoveram e arrebataram gerações.
Entretanto, a história nos mostra épocas agitadas, febris, diferenciadas pelas conquistas e outros períodos, caracterizados por preconceitos, por um marasmo paralisante. Fico pensando que isso vale para épocas históricas como também para o ciclo de uma vida.

Essa indiferença tem atingido até cientistas. Muitos deles sentam-se em bancadas de laboratórios com os sentidos indolentes, limitando-se a reproduzirem pesquisas cujos resultados são sobejamente previsíveis. São os papagaios da ciência. Gastam fábulas do erário realizando meras multiplicações de investigações já feitas, com ligeiras modificações.

Existem paradoxos temíveis. Há quem se surpreenda, dia após dia, com a complexidade da natureza e outros que a banalizam. Vão perdendo a sensibilidade ao contemplá-la¹. 
Da análise do universo, a complexidade de uma célula, fica patente a assinatura de um Criador, de um Deus de poder. 
Apis mellifera na flor de camomila (Matricaria recutita) e Trigona sp na flor de berinjela (Solanum melongena)
Admitir isso é entender que um dia teremos contas a prestar. 
Isso amedronta e, muitos, por comodismo ou, até mesmo, por covardia, pelo medo de tirar a máscara da auto-suficiência e confessar limitações, refugiam-se no ateísmo. 
Isso dificulta o desfrute da vida na sua inteireza, porque restringe a busca. 
Para os cientistas, a arrogância é letal. Ela embota a visão, enterra oportunidades.

O Sopro de Deus
São tantos os mistérios! São tantos os enigmas!
 “Invoca-me e eu te responderei, anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas que não sabes”³. Deus promete: - “Há fatos encobertos que só serão revelados com a minha aprovação. E para isso, você precisa Me procurar”.  
Deus está disposto a compartilhar segredos que, no passado, transformaram escravos em governadores, como José; pastores de ovelhas em reis, como Davi; jovens comuns em sábios, como Daniel.

O que seriam estes mistérios? Conhecimentos ocultos, insondáveis para o mero olhar humano? Valores? Com eles avançaríamos independentes das pré-estabelecidas barreiras ditadas para nós por herança familiar ou cultural?
Jó, um homem justo, temente a Deus, que andava em caminhos íntegros, sugeriu que muito pode ser aprendido com o estudo da natureza, da terra, das aves, dos peixes. Jó discerniu na natureza ensinamentos, solução de enigmas, instruções novas, aplicáveis para o seu viver5.

Ao contemplarmos a diversidade da criação com o coração disponível podemos nos deparar com a nossa própria limitação diante do poder imensurável de Deus. 
Sem dúvida, isso pode nos ensinar lições de tolerância, de renovação, de restauração de relacionamentos com Deus e com o próximo.

Na torre de vigia!
            Antony Flew4, filósofo conceituado, defensor do ateísmo durante cinqüenta anos, questionador ferrenho da fé incondicional num Deus soberano, finalmente se rende. Descobre a presença de Deus pela razão e não pelas emoções ao entender a improbabilidade de a natureza ter surgido do acaso, dada a sua complexidade. 

          É praticar o lema da Aliança Bíblica Universitária do Brasil: Fé que pensa, razão que crê”.

Segundo Albert Einstein (1879 – 1955), físico alemão, 'a era moderna possui meios impecáveis, mas finalidades confusas'1
Como isso é verdadeiro! O homem tem aprendido a medir, a fazer equipamentos funcionais e extraordinários. Nunca a comunicação esteve tão ao alcance do homem e nunca o homem se sentiu tão só. Nunca o homem buscou tanto conhecer os motivos de sua existência e nunca se sentiu tão distante da resposta.

Nesse momento, clamamos aos céus para que intervenha, amplie a nossa mente e coração e que Deus nos ensine coisas grandes e ocultas, a partir de Sua grandiosa criação.
Como Habacuque6, coloquemo-nos na torre de vigia, buscando a presença, o entendimento que vem de Deus e à semelhança do profeta Samuel nos rendamos aos Seus pés, disponíveis para ouvir a Sua voz: “Fala, Senhor, porque o teu servo ouve”7.

Citações
¹ Yancey, P. Rumores de outro mundo – a realidade sobrenatural da

        fé. Editora Vida, 2004, 235 p.
² Apocalipse 3.1.
³ Jeremias 33.3.
Flew, A. Um Ateu Garante - Deus Existe - As Provas   
       Incontestáveis de um Filósofo que Não Acreditava em Nada. 
       Ediouro, 2008, 192 p.
5 Jó 12.1-7.
6 Habacuque 2.1.
7 1 Samuel 3.9-10

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