PIPOCA OU PIRUÁ?
Você gosta de pipoca? A transformação do grão numa pipoca me encanta...
Você sabe como isso ocorre?
Um grão de pipoca tem ar no seu interior. Com o aquecimento, o ar gera uma pressão no interior do grão (como uma panela de pressão), mas ele não pode escapar. Se o ar escapar, o grão não estoura e, portanto, não se transforma em pipoca. Vira piruá, que só serve pra quebrar o dente do cidadão.
Assim é com a nossa vida. Precisamos conservar nossa essência interior, guardar o nosso coração para, no momento certo, desabrochar: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida” (Pv 4.23).
O calor do fogo representa as provações, permitidas por Deus para despertar em nós algo novo e permitir nossa transformação: “As porcelanas mais resistentes são as que vão ao forno mais vezes.”
Como guardar o nosso coração?
José do Egito é um exemplo de alguém que guardou o seu coração. Rejeitado pelos seus irmãos foi vendido como escravo. Apesar de injustiçado não se tornou uma pessoa amarga, não ficou preso ao passado, perdoou e ajudou seus irmãos. Como José conseguiu fazer isto?
1. José perdoou os irmãos porque conservou a fé de que Deus estava no controle de sua vida (Gn 50.15, 19-21).
José tinha consciência que tudo que acontecia com ele era permissão de Deus e mesmo quando armavam ciladas para ele, ele descansava num Deus que podia transformar o mal em bem. Ele cria que mesmo traições, escravidão, acusações injustas, prisão; tão diferente dos seus sonhos de infância, um dia se reverteria em algo novo, especial.
A Bíblia não narra José discutindo, questionando. Tudo leva a crer que José meditava e aguardava o tempo de Deus, quando então veria o Seu agir. Não deve ter sido fácil. A sala de espera de José era fria, escura, perigosa, na presença de bandidos e de animais peçonhentos.
Muitos vezes pensamos que o ímpio está no controle. Lembre-se, é só aparência. A Palavra final sempre será de Deus, o Deus que tudo pode e nenhum dos Seus planos pode ser frustrado (Jó 42.2)
Você tem submetido a sua vida nas mãos de Deus? Tem perdoado os seus ofensores? Tem aguardado, com paciência, em Deus?
2. José conservou a dignidade, fazendo o melhor possível com tudo que lhe veio a mão.
José passou momentos difíceis. Entretanto, destacou-se em tudo o que fazia seja como escravo de Potifar (oficial do Faraó), como prisioneiro, como colega dos encarcerados, como governador do Egito. Era notório que o Senhor era com ele e prosperava tudo o que José fazia (Gn 39.3).
“Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças...” (Ec 9.10). Deus nos conclama a trabalhar, a sermos fortes, a não termos medo, a confiarmos que Ele está conosco e que o Seu Espírito habita em nós (Ageu 2.4-5). Ele nos desafia a crermos contra as circunstâncias, a confiarmos em Suas Promessas, a fazermos tudo que estiver ao alcance de nossas mãos e que seja benéfico à sociedade em que estamos inseridos.
Quais são os desafios que Deus tem colocado em suas mãos, seja na vida profissional, na igreja, com os seus familiares? Você tem buscado agradar a Deus, corresponder a estes desafios e oportunidades?
3. José conservou a honradez, não negociou, não pecou contra Deus, mesmo sendo ameaçado e prejudicado.
Tentado pela mulher de Potifar, José é claro no seu posicionamento. Tinha um compromisso com Deus e pecar contra Ele estava fora de seu projeto de vida (Gn 39.9). Para José o que importava era servir e agradar a Deus somente, mesmo se a conseqüência fosse prisão, perdas, ostracismo.
Temendo a Deus e crendo em Sua justiça, José aquietava o coração porque sabia que, um dia, o fogo consumiria as tendas do suborno e que o fim dos mentirosos seria a esterilidade (Jó 15.34).
Você tem sido ameaçado? Prejudicado? Rompa as cadeias com o pecado, mesmo que haja perdas imediatas. Escolha não pecar contra Deus.
José não manchou a sua história. Deixou um exemplo, um legado precioso para seus descendentes. Enquanto José sofria, Deus preparava novos tempos para sua vida. Deus construía a rampa que o levaria a ser governador do Egito.
4. José, mesmo diante da previsão de uma crise, aceitou o desafio de administrar a nação egípcia.
Deus revela a José os sonhos do faraó e mostra que viriam momentos difíceis; de fome, secas e grandes lutas. Mesmo assim, José, um estrangeiro, jovem e inexperiente, recém saído da prisão, aceita o desafio de governar durante esta crise.
José sabia que o Espírito do Senhor estava com ele e que não precisava temer o futuro. Com dedicação, perseverança, sem preguiça, confiante na visão que Deus tinha lhe dado, José ajuntou os alimentos produzidos nos sete anos de abundância e soube administrá-los, negociá-los, com honestidade, de modo que trouxesse fartura aos egípcios e as nações vizinhas, no período de escassez.
Devo estar sensível às oportunidades que vem de Deus. “...vi a aflição do meu povo, que está no Egito, e ouvi o seu clamor por causa dos seus exatores. Conheço-lhe o sofrimento; por isso, desci p/ livrá-lo...” (Ex 3.7-8)
Conta-se que certo capitão ouviu de um soldado: - “Senhor, como vamos guerrear se tem três soldados inimigos para cada soldado nosso?” O Capitão respondeu: “Não estamos aqui para contar o inimigo e sim para vencê-lo”.
Esta deve ser a visão de um filho de Deus. Não importa o tamanho das lutas, se Deus é por nós, quem será contra nós? (Rm 8.31).
Qual a diferença entre pipoca e piruá?
A diferença é quem dirige a sua história. Isto determinará o modo como enfrenta o calor das adversidades. A vitória é de quem se submete às mãos de Deus e enfrenta as lutas com visão, compromisso e perseverança.
Quem tem dirigido a sua história? Com quem você tem compromisso?
José tinha tudo pra ser piruá. Mas ele não se conformou, não negociou valores, não fez aliança com o pecado, não se fechou para a vida. Piruá é quem se refugia, paralisado pelo medo, em cavernas, culpando o outro pelo seu fracasso. Caverna parece poético, mas é um local frio, escuro, cheio de perigos. Caverna é sinônimo de dor, solidão, mediocridade. José foi odiado, ameaçado de morte e vendido pelos irmãos (Gn 37); foi rotulado como escravo e estuprador pela sociedade (Gn 39), porém não se deixou vencer.
Se você tem sido rotulado como piruá, decida virar o jogo. Não deixe que outros escrevam a sua história. Rompa as amarras da mediocridade. Estas cadeias não são suas. Não as aceite. Mas, para virar o jogo, você tem que se dispor a mudar.
Já disseram que é ilusão continuar fazendo as mesmas coisas, do mesmo modo e esperar mudanças. Peça orientação de Deus e faça o que compete a você, (cursos, preste concurso), preparando-se, com fé, para alcançar novos horizontes. Não pra ser melhor do que os outros, mas pra ser melhor amanhã do que você é hoje.
A história está repleta de potenciais perdedores que viraram o jogo. Conta-se que Demóstenes era gago, mas tinha um sonho. Fascinado pelo poder da palavra, sonhava em se tornar um grande orador. Isto pareceria impossível. Alheio a descrença dos seus amigos começou a treinar com muita determinação. Conta-se que ele corria na praia contra o vento declamando poemas; falava colocando seixos na boca. Finalmente, Demóstenes reverteu sua história e tornou-se o maior orador que a Grécia conheceu.
Lute pelos seus sonhos sem perder a doçura, sempre priorizando o Seu relacionamento com Deus, com seus familiares e amigos. Estabeleça alvos, guarde o seu coração, ouça o repicar dos tambores, receba vestes novas e novo perfume do Pai.
Desafio: Se você tem se sentido um piruá, se invés de guardar o seu coração, tem guardado mágoas, cultivado ranços, tem vivido uma vida infértil, busque a Deus, peça perdão, peça que o sangue de Deus o purifique de todo pecado, medite na Palavra de Deus. Ela nos ensina quais são os valores que devemos guardar. Deus de milagres, que dá vida a ossos secos, poderá fazer de você uma nova criatura, alguém que desfrute e celebre a vida, alguém capacitado a cumprir o precioso projeto que Ele tem especialmente para você.
“E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura,
as coisas antigas já passaram, eis que se fizeram novas” (2 Co 5.17).
QUE DEUS O ABENÇOE!