“... Sob a Tua Palavra lançarei as redes" (Lc 5.5b)


'O Teu caminho, ó Deus, é de santidade.

Que Deus é tão grande como o nosso Deus?

Tu és o Deus que opera maravilhas e, entre os povos, tens feito notório o teu poder" (Sl 77.13-14)


quinta-feira, 26 de maio de 2016

'Nó, laço e um abraço!'

Outro dia foi comemorado o dia do abraço. 
Ah, um longo abraço faz um bem... Restaura a alma, não é verdade?

Abraço faz lembrar de ternura, de parceria, de ligação, de 'nós', de laços.
Em 2015, juntamente com meu marido e minha filha Deborah, estivemos no Restaurante 'O Bacalhoeiro (Rua dos Sapateiros, 218 - Lisboa - Portugal), e vimos um poema escrito num vidro de azeite: 
'Com este fio não darás nós, mas criarás laços. Atrás o bacalhau e o grão, ligarás a salada e os legumes, molharás o pão e os beiços e temperarás a família, a amizade'.

Ah, mas infelizmente nem todo abraço, todo encaixe é reconfortante...
Certo dia, minha filha Deborah atendeu no hospital um homem que sofreu um abraço de tamanduá. Conta-se que, quando o tamanduá sente-se amedrontado, fica de pé sobre suas patas traseiras e, então, abraça o 'inimigo', quebrando suas costelas e fincando nele suas potentes garras: um nó que pode ser fatal!

Sim, há pessoas que sufocam como um nó e com garras afiadas tentam tirar nossa seiva. Grudam, amarram, constrangem. Deixam tristes marcas para sempre! 
Ah, como este tipo de 'nó' precisaria ser transformado em 'nós', em parceria, em amor. 
Louvado seja o nosso Deus! Ele pode tratar as feridas, curar, ressuscitar a alegria, a esperança... Deus pode tratar também estes relacionamentos mal resolvidos trazendo perdão, misericórdia, renovo.

Os relacionamentos jamais devem ser nó e sim 'nós': laços que relembram alianças, não prendem. Enfeitam sem apertar, sem sufocar.
Laços que deslizam ao desmanchar porque não seguram e sim envolvem. Não é algema, é ternura. Traz o gosto de quero mais.
Sim para o laço, a coesão, a conexão. Para o laço que enfeita, alia. Para o 'nós' que aconchega.
Não para a coação, sujeição. Não para o nó que impede, paralisa, prende e mata...

Que Deus me ensine a desatar o nó das mágoas, das iras e das lembranças que angustiam e transformá-lo em nós, em laços perfumados...
Que Deus me ensine a criar vínculos com pessoas especiais e a saborear cada pedacinho da vida, curtindo cada momento, deixando marcas de doçura e serenidade mesmo nos 'nós das vida'.
Uma vida intensa, cheia de entusiasmo. Uma vida que saboreie cada abraço, cada momento, afinal:
'Não faz sentido ter mais dias de vida
se não tiver vida em nossos dias' (autor desconhecido).
Coloquemos vida em nossos dias, saboreando cada momento como se fosse único e extraordinário.

Pra finalizar, segue o texto 'Tempo que foge' (autor desconhecido), adaptado:

Tempo que foge
Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui pra frente do que já vivi até agora:
Tenho muito mais passado do que futuro…
Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de jabuticabas…
As primeiras, ele chupou displicentemente, mas, percebendo que faltavam poucas passa a roer o caroço…
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades…
Para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha…
 ‘Pessoas que não debatem conteúdos, apenas rótulos…’
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulo
Quero a essência…Minha alma tem pressa…
Sem muitas jabuticabas na bacia quero viver ao lado de gente humana.
Verdadeiros amigos que sabem sorrir de seus tropeço.
Amigos que abraçam, que não dão nó, que não nos constrangem.
Amigos que não fogem de sua mortalidade…
Amigos que sabem que somente com Deus pode desfrutar do essencial.
Caminhar perto deles nunca será perda de tempo porque o essencial faz a vida valer a pena…
E para mim basta o essencial!

Senhor meu Deus, "Faze com que saibamos como são poucos os dias da nossa vida para que tenhamos um coração sábio (Sl 90.12 - NTLH)

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