“... Sob a Tua Palavra lançarei as redes" (Lc 5.5b)


'O Teu caminho, ó Deus, é de santidade.

Que Deus é tão grande como o nosso Deus?

Tu és o Deus que opera maravilhas e, entre os povos, tens feito notório o teu poder" (Sl 77.13-14)


terça-feira, 7 de outubro de 2014

'Não faça de sua vida um rascunho...'

“Porque nada temos trazido para o mundo,
nem coisa alguma podemos levar dele. 
Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes” (1 Tm 6.7-8).

É verdade que sobreviver está cada dia mais complicado, não é mesmo? 
Bebês são retirados do aconchego do seu berço em madrugadas frias e chuvosas e levados para creches, escolas e, sem conhecer ainda sua própria língua natal, são submetidos ao aprendizado de outras línguas e inúmeros outros desafios, alguns deles grandes demais. Um dia entendem as justificativas dos pais: - 'Para sobreviver, num mundo cada dia mais competitivo e acelerado, é necessário se preparar'. 
Ufa!!! Estudar, se esfolar, desbravar ambientes inóspitos, aparentemente intransponíveis, para corresponder a cobranças que se multiplicam, impiedosamente, conforme o tempo passa. 


Muitos, ao se aposentarem ou quando o esplendor de sua vida se esvai e o vigor esmorece, se defrontam com o tamanho gigantesco de sua solidão e com a superficialidade de sua existência. Estarrecidos, percebem que correram atrás do vento e, neste afã, se distanciaram, muitas vezes sem volta, de valores essenciais, da amizade, de sua própria família.
Mas, como subsistir de modo extraordinário, sendo sensível e valorizando o amor, a solidariedade, o desfrute da companhia de amigos, num mundo tão materialista e exigente? 
Como estabelecer um limite do bom senso? Reconhecer que precisamos de muito pouco para ser feliz e ter sabedoria para identificar o que é de fato relevante? 
Como identificar momentos especiais no momento em que eles acontecem para não lamentar no futuro:' Ah, se eu soubesse, eu era feliz e não sabia...'' Aqueles momentos que o futuro confirmará que foi bom demais...
É a comunhão com familiares que já se foram, amigos que se distanciaram com o tempo, sentimentos que moveram nossos corações e que deixaram saudades, muitas saudades...

As vezes preocupamos muito com o uso do nosso dinheiro e pouca importância damos ao uso de nosso tempo que, sem dúvida, é mais importante do que qualquer moeda porque não tem volta e nem temos recursos para adquirir mais.

Que Deus nos ensine a saber o que priorizar, no que gastar o nosso fôlego e os preciosos dias que nos presenteou. 'A não fazer da nossa vida um rascunho porque poderemos não ter tempo de passá-la a limpo" (autor desconhecido).
Que Deus nos ensine a saborear vagarosamente cada momento especial, perpetuando o sabor. 
Que Deus nos ensine a morder sem pressa, escondendo em nossa boca momentos especiais, como um chocolate doce e raro, desfrutando dele vagarosamente, como se fosse o último... O ultimo cafezinho, o ultimo abraço apertado, o ultimo encontro, a última espreguiçada para depois curtir a benção de não ter sido o último e sim, mais um. 
Que Deus nos ensine a viver cada dia 'como se fosse o último porque um dia a gente vai acertar' (Cláudio Duarte), a nunca perder o foco da eternidade que Deus colocou em nosso coração de modo a poder dizer como Paulo quando o tempo da nossa partida chegar: "Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé" (2 Tm 4.7).

Para Refletir: 
"Que adianta dar mais anos à nossa vida (alimentar-se melhor, exercitar-se, tomar remédios) se não buscamos dar mais vida aos nossos anos?"


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