Com a minha irmã Carmen Silvia, tivemos
a feliz oportunidade de conhecer a Bélgica (Europa Ocidental) e sua capital,
Bruxelas, sede da OTAN.
País com
pequena área territorial (é possível atravessá-lo de carro em apenas 3 horas), grande densidade populacional e o maior número de castelos, por área.
Na Bélgica pode-se ouvir, no dia a dia, 3 línguas: holandês (norte), francês (sul) e alemão (minoria). Há quem
diga que ela expressa a disciplina alemã, o encanto francês e a
liberalidade holandesa. Enfim, um país exuberante pela diversidade de seu povo
e dos seus atrativos naturais (vales férteis, floresta encantadora e peculiar, planície costeira, lagos
drenados em canais).
País com um histórico comovente, marcado por muitas guerras e invasões, chegando a receber o apelido de 'campo de guerra da Europa'. A Bélgica foi o palco da grande derrota do imperador francês Napoleão, na famosa Batalha em Waterloo, no dia 18 de Junho de 1815.
No entanto, destaca-se também pelo seu histórico de superação, demonstrando força e perseverança mesmo diante de tanta dor e adversidade. Os belgas destacam-se pela qualidade do seu trabalho e criatividade, em diferentes áreas: chocolate, cerveja, aço, diamantes e também nas histórias em quadrinhos: 'Aventuras de Tintin', 'Smurfs', 'Astérix e Obelix'.
Apesar de não produzirem uma amêndoa de cacau, sua produção de chocolate é extraordinária tanto pela quantidade (mais de 200 mil toneladas/ano) e qualidade de suas receitas e design (diferentes marcas famosas no mercado). Particularmente me apaixonei
pela marca Godiva que impregnou minha boca e a minha memória com sabor indescritível.
Em Bruxelas visitamos o Palácio Real, Parlamento, Catedral São Miguel (estilo gótico) e o Atomium, construído em 1958.
O Atomium, situado no Parque Heysel, possui 103
metros de altura e é considerado a torre Eiffel de Bruxelas. Representa um cristal elementar do ferro
ampliado milhões de vezes, com tubos formando 8 vértices. As esferas, ligadas
por tubos com escadas possuem janelas de onde se pode divisar a cidade.
De Bruxelas fomos para Gante onde
passeamos no centro antigo medieval e em algumas lojas. Numa delas, cai num
degrau (mal posicionado). Esta queda rompeu os tendões do meu ombro, motivo de
noites difíceis com dores imensas que perduraram muito após o meu regresso para o
Brasil. Felizmente, de dia conseguia sobreviver.
De Gante fomos para Bruges com sua igreja com duas
torres, uma delas inacabada, túnel sob rio que facilita a passagem dos navios.
Cidade lindíssima, com inúmeros canais, lembrando a cidade de Veneza na Itália
e por isso é conhecida como 'Veneza do Norte'. Nas margens dos canais existem
muitas peculiaridades como ruínas e moinhos.
Em Bruges, além de lagos (Lago do Amor), igrejas e praças (Mayor e Atalaia), fizemos um inesquecível passeio de barco pelos seus canais.
Estivemos na Grand-Place (Grote Markt), que nos
encantou pela sua arquitetura, tendo sido considerada, por muitos, como a praça
mais bela do mundo. Localizada no centro da cidade e com 1 hectare de área
abriga muitos monumentos e tem sido muito usada para concertos e comemorações. Local
histórico, foi reconstruída após o severo bombardeamento sofrido
em 1695. Ficamos algumas horas nesta praça e quando a noite chegou, foi
fascinante admirar a iluminação colorida dos seus prédios, que mudavam numa
proposta muito interessante.
Saimos depois para Antuérpia, segundo maior porto
da Europa (margens do Rio Escalda), com o mercado de diamantes mais importante
do mundo. Acredita-se que seja responsável pela negociação de 80% dos
diamantes brutos e 50% dos lapidados, de todo mundo. Pudemos apreciar a
lapidação de diamantes e também a Praça Mayor, casas históricas, igrejas,
construções medievais, jardins, museus.
Na Bélgica tomei a melhor sopa de toda
minha vida: de mexilhões. Deixou muitas saudades... Ficou o gostinho de 'quero mais'.
Sonho em voltar pra provar esta sopa de
novo e apreciar com mais tempo seus canais, praças, povo.
Deus abençoe os belgas, que continuem levando sabor ao mundo e ensinando que não importa o tamanho da área territorial e sim o uso que se faz dela.