Uma reflexão dedicada a
todos que, chamados por Deus, assumiram
o compromisso de anunciar a Salvação em
Cristo Jesus. Entretanto,
sentem-se exaustos demais, atônitos...
Atender ao ‘Ide’ de Jesus (Mc 16.15): Grande privilégio... Tremenda
responsabilidade...
Entretanto, como ser uma
pessoa:
* com percepção pra
saber a mensagem de Deus para o seu povo, sem se desviar para esquerda ou para
a direita?
* totalmente fiel à
Palavra que não se afasta da sã doutrina?
* humilde, que não se
ensoberbece, que não se considera uma casta superior por desfrutar de tamanho
privilégio?
* sensível para não
descuidar das ovelhas famintas, doentes, carentes sem deixar de ser zelosa pelos de sua própria casa?
* que anima os demais,
mesmo estando abatida?
* que não impõe jugos
pesados, não leva as ovelhas à exaustão?
* que não se envolve e
nem toma partido em picuinhas, contendas internas?
* pacificadora?
* com juízo pra
distinguir os ‘bodes’ e o ‘joio’ e corajosa,
o bastante, pra afastá-los do rebanho?
* com domínio próprio
para não se irritar com palavras injustas e, ainda, misericordiosa pra
perdoar as críticas?
* sábia pra estimular e
conduzir cada ovelha a desenvolver o seu dom?
* que reconhece o
esforço e a dedicação das suas ovelhas e as estimulam a prosseguir?
* que reconhece o seu
pecado, clama pelo perdão de Deus e não se prostra porque crê na Sua infinda
misericórdia?
* que não perde o foco,
o entusiasmo por Deus e sua visão da eternidade?
E então? Sentiu uma nuvem negra da impotência
pairando sobre sua cabeça? Difícil,
não é mesmo?
Por isso, muitos, como
Jonas, fogem deste chamado.
Outros confessam: 'Não vou conseguir atingir este padrão'
Outros confessam: 'Não vou conseguir atingir este padrão'
Há quem entre com o
coração ardendo e, com o passar do tempo olha, desconsolado, as cinzas frias
que restaram do entusiasmo dos tempos passados. Sente-se sugado na sua seiva.
Decepcionado consigo mesmo, com os irmãos, com a liderança e até com o próprio
Deus. Com suas reservas esgotadas, desfalece a beira do caminho.
Sua fé sofreu um curto
circuito e, atônito, se pergunta como os discípulos a caminho de Emaús (Lc
24.13-35): 'Para onde
foi nossa esperança? Não consigo enxergar Deus nesta história!'
Outros, para não
sucumbir, vivem dos milagres do passado: 'Guias
turísticos em museus espirituais (Smith,
1995). Lembrar do que Deus já fez é bom, pode fortalecer a fé, mas a Sua
misericórdia se renova a cada manhã e ela traz novidade de vida. Um Deus que
está sempre surpreendendo todo aquele que O busca, em espírito e em verdade (Jr
33.3).
Pastor Malcolm conta que
estava à beira de uma lagoa e viu uma rã ser, literalmente, sugada por um
besouro d'água. Todo o seu conteúdo foi dissolvido por uma substância que o
besouro injetou, preparando previamente o seu repasto.
Muitos se sentem assim,
sugados na sua vitalidade, na sua fé, no seu entusiasmo.
"Desistir? Já pensei seriamente nisto mas nunca me levei realmente a sério.
É que tem mais chão nos meus olhos que cansaço nas minhas pernas,
mais esperança nos meus passos do que tristeza nos meus ombros,
mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça" (autor desconhecido).
É que tem mais chão nos meus olhos que cansaço nas minhas pernas,
mais esperança nos meus passos do que tristeza nos meus ombros,
mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça" (autor desconhecido).
Eu acrescentaria: mais fé e paixão por Deus do que a força de qualquer circunstância adversa.
Louvado seja o
nosso Deus porque conhece profundamente a nossa essência.
Sabe das nossas limitações e, então, nos convida:
Sabe das nossas limitações e, então, nos convida:
"Vinde a mim, todos
os que estais cansados e sobrecarregados, e Eu vos aliviarei.
Tomai sobre vós o meu
jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis
descanso para a vossa alma"
Porque o meu jugo é
suave, e o meu fardo é leve" (Mt 11.28-30)
Fardo é tudo que é
excesso. Jesus nos convida a nos aliviarmos do fardo da religiosidade, das
regrinhas que engessam, esmagam, ferem, queimam, nos tornam impotentes. Jesus
nos convida a tomarmos o Seu jugo. Jugo do compromisso, da lealdade.
Louvado seja Deus porque
o Seu amor não depende do nosso desempenho, das nossas realizações, do que
fizemos ou deixamos de fazer.
Elias, após ser
presenteado com milagres fantásticos, foge exausto, com medo das ameaças da
rainha Jezabel, para o calor extenuante do deserto e pede a morte:
“... Basta; toma agora, ó Senhor, a minha alma,
pois não sou melhor do que meus pais” (1 Rs 19.4).
pois não sou melhor do que meus pais” (1 Rs 19.4).
Deus não o acusa, não o
abandona pela deserção. Pelo contrário, manda um anjo cuidar de suas
necessidades físicas. Traz a Elias o melhor, pão quentinho assado na pedra,
água fresca. Deus ouve o seu desabafo, cochicha ao seu coração e o
anima a prosseguir. É lindo demais! Como Deus é bom!
A Palavra que anima os Seus
servos: "Mas sede
fortes, e não desfaleçam as vossas mãos, porque a vossa obra terá
recompensa" (2 Cr
15.7) "Porque Deus não
é injusto para ficar esquecido do vosso trabalho e do amor que evidenciastes
para com o Seu nome..." (Hb
6.10).
Sem dúvida, a melhor
recompensa é saber que estamos dentro da vontade do Pai. A alegria e a paz que
provém da obediência são inexprimíveis e impagáveis: "Que darei
ao Senhor por todos os Seus benefícios para comigo?" (Sl 116.12).
‘Ah, meu Deus, cada dia
o meu amor pelo Senhor aumenta mais e mais. O Senhor é tudo pra mim, razão do
meu respirar, do meu existir. Obrigada pelo Seu perdão, por não desistir de mim
apesar de conhecer a miséria do meu interior. A certeza da Sua misericórdia me
encoraja a prosseguir e, assim, me atrevo a chegar à Sua Presença e pedir que me use,
sempre e sempre. Que minha vida, que minhas palavras O honrem como o Senhor merece.
Ensina-me a me colocar na brecha, a ser uma intercessora. Ao Senhor, somente ao
Senhor, rendo toda a minha admiração e toda minha adoração’
Recomendo a leitura (livro
excelente):
* Smith, Malcolm.
Esgotamento Espiritual. Editora Vida, 1995, 205 p.
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