Você
já passou por momentos em que sonha com mudanças e as coisas parecem
estagnadas? Você faz, faz, faz e parece não sair do lugar?
Certa
feita, os israelitas estavam com Moisés no deserto e, por muito tempo,
caminharam sem direção pela região montanhosa de Edom. Então, o Senhor disse a
Moisés: “Tendes já rodeado bastante esta montanha; virai-vos para o norte" (Dt 2.3).
Moisés e
o povo obedeceram e desfrutaram de vitórias e muitas conquistas. Não havia
portões, muros reforçados que subsistisse a eles e Deus, de modo grandioso, conduziu o
povo até a terra prometida.
Será
que, muitas vezes, não ficamos rodeando montanhas, sem rumo certo?
Será que já passou da hora de darmos um novo rumo, um novo norte em nossa vida?
Há momentos
de permanecer e há momentos de marchar.
Então,
quando rodeamos montanhas?
1.
Rodeamos
montanhas quando ainda é tempo de permanecer e somos dominados por uma
inquietude estéril.
Seja onde e como estivermos, se ainda não recebemos de Deus o sinal para avançarmos, devemos permanecer
aonde estamos, florescendo e frutificando, sem ansiedade inútil.
José
poderia ter fugido do Egito quando era ainda escravo ou ter ficado inativo,
esperando o livramento. Ao invés disso, José floresceu e fez o melhor possível com
as insignificantes oportunidades que surgiram. Tornou-se o melhor escravo de
Potifar, o melhor preso da cadeia para onde é levado injustamente e um
companheiro atento aos sonhos dos colegas de infortúnio (Gn 39).
Visitamos um sítio e a esposa do caseiro disse: “Ah, faz cinco anos que este sítio está à venda. Não
dá pra fazer uma horta, nem plantar nada porque estamos sempre esperando ir
embora”. Lamentável! Se estes caseiros fizessem uma horta, organizasse um pomar,
arrumasse o sítio incluindo a casa em que moravam poderiam não só ter contribuído para a sua venda como também seriam disputados
para morarem e trabalharem, em melhores condições.
Mesmo
que eu não possa desfrutar dos frutos, não devo ser mesquinho, deixar de
semear. Em todo tempo, em todo lugar, vamos semear com generosidade. O generoso
é abençoado com livramento, proteção, alegria, conforto nas adversidades (Salmo
41.1-3).
2.
Rodeamos
montanhas quando temos uma vida pobre de oração e, por falta de sintonia com o Pai,
não enxergamos as oportunidades.
Deus
suspira: “Ah! Se o meu povo me escutasse; se Israel andasse nos meus
caminhos! Eu, de pronto, lhe abateria o inimigo... Eu o sustentaria com o trigo
mais fino e o saciaria com o mel que escorre da rocha” (Salmo 81.14-16).
Falamos
muito para Deus e pouco com Deus. Não damos tempo para que Ele
fale conosco. Teimamos em rodear montanhas, inutilmente, e reclamamos que as
mudanças não vêm. Como perdemos em não ouvir, meditar em Sua orientação, em Suas
promessas...
3.
Rodeamos
montanhas por comodismo, preguiça ou medo de abandonarmos a zona de conforto.
Há
momentos em que tudo converge pra gente avançar e nos recusamos a obedecer. A
sunamita, obedecendo o profeta Eliseu, saiu da terra, de junto do povo que
amava tanto e ficou sete anos em terra estranha, terra dos filisteus que sempre
foram inimigos do seu povo. No final de sete anos, Deus a abençoou devolvendo
tudo que tinha deixado pra trás incluindo a renda de suas propriedades (2 Reis
4 e 8).
Muitos se
conformam a uma vida de derrotas, massificada dizendo: “Todo mundo faz
assim”. Outros, emburrados, refugiam-se em cavernas e se recusam a buscar
novos rumos. Vivem mediocremente, sem perspectivas, sem alegria.
Muitos
dão desculpas do seu fracasso alegando falta de oportunidade, culpam a Deus, a
outros e as circunstâncias. O resultado é uma vida infrutífera ou com frutos
bichados, contaminados por ranço, amargura.
4.
Rodeamos
montanhas por soberba, rebeldia, por acharmos que sabemos como deve ser.
Deus sopra ventos de mudanças ao nosso coração por meio de Sua Palavra, de Seus profetas, das
portas abertas. É possível reagir, estudar, prestar concursos, mudar nosso
temperamento, o modo de agir, falar. Reconhecer nosso pecado, pedir perdão, perdoar
nossos devedores.
Deus determina
ordens explícitas e como Jonas, desobedecemos. As conseqüências nos sobrevêm e
perdemos a oportunidade de sermos agentes de transformação num mundo carente
de referenciais eternos.
Para refletir:
”Ó Deus,
creio nas Suas promessas e anseio por desfrutar do melhor desta terra.
Entretanto, tenho consciência de que isto só será possível dentro da Sua
vontade. Ensina-me Senhor a não me desgastar num ativismo estéril. Ensina-me a
florescer, frutificar onde estiver; avançando com rumo certo e no devido tempo sem me acomodar, sem medo ou preguiça. Quero agradá-Lo com o meu viver. Em nome de Jesus, amém!”
E que tudo seja pra Sua honra e glória porque
somente em Sua Presença e pelo Seu querer, respiro,
me movo, existo”.
SOLI DEO GLORIA!