“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas,
e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?
Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos;
e isto para dar a cada um segundo o seu proceder, segundo o fruto de suas ações”
(Jr 17.9-10)
Um ancião descreveu seus conflitos internos ao tomar uma decisão: - "Dentro de mim há dois cachorros. Um deles é cruel e mau. O outro é bom, generoso. Os dois estão sempre brigando". Perguntaram-lhe: - “Qual cachorro ganha a briga? O ancião refletiu e disse: "Aquele que eu alimento mais freqüentemente. Este direciona minhas decisões e os frutos que eu colho".
Diariamente somos desafiados a lutar contra pré-conceitos, pré-julgamentos, mas, na ‘hora H’, nosso ‘enganoso coração’ pode se tornar o nosso maior inimigo. Os sentimentos podem nos fazer enxergar coisas que não existem. Por eles, rotulamos pessoas, situações, muitas vezes, injustamente. As emoções podem ainda nos impelir a tomarmos decisões que vão minando a nossa essência, gerando ranço, dor, ciúmes.
O Rei Saul deixou-se levar pelo coração. Com ciúme incontrolável, estragou sua história e perdeu grande parte de sua vida perseguindo Davi. Sua preocupação com a aparência, com o reconhecimento do povo o fez menor, mais fraco, fútil. Perdeu a oportunidade de, como Rei de Israel, cumprir o projeto de Deus e deixar um brilhante legado. Destruiu-se a si mesmo. Derrotado, longe de Deus, suicidou-se (1 Sm 31).
Muitos têm se auto aniquilado e destruído sonhos e a alegria dos que convivem com ele. Quem está longe de Deus não só arruína sua vida, mas respinga coisas ruins por todo lado.
Davi, por sua vez, vivia pelos desertos, fugindo do Rei Saul. Teve oportunidade de matá-lo, mas não o fez porque Saul era um rei ungido por Deus. Davi tinha fé e sabia esperar pela promessa de que ele seria, um dia, o rei de Israel. Sempre atribuía a Deus as suas conquistas. Sabia que as guerras não eram ganhas porque era um guerreiro excepcional e sim, porque Deus lutava por ele.
Perseguido, sem recursos, chorava a Deus a sua dor, mas sempre nutria esperança de livramento. Legou ao mundo poemas formosos, profundos, sensíveis, resultado da intimidade que desfrutava com Deus. Um homem de discernimento, e, por isso, serviu à Sua geração, conforme o desígnio do Pai (At 13.36).
Qual cachorro você tem alimentado? Você se identifica com Saul ou com Davi? Que Deus desenvolva em nós discernimento para distinguirmos o que é real do que é fantasia. Juízo para não nos precipitarmos, para não desperdiçarmos nossas vidas ou energias cultivando sentimentos ou atitudes que desagradam a Deus, que conhece as intenções do nosso coração e pensamentos.
Que saibamos buscar, esperar e obedecer ao Senhor de nossa história e que Ele nos abençoe.
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