“... Sob a Tua Palavra lançarei as redes" (Lc 5.5b)


'O Teu caminho, ó Deus, é de santidade.

Que Deus é tão grande como o nosso Deus?

Tu és o Deus que opera maravilhas e, entre os povos, tens feito notório o teu poder" (Sl 77.13-14)


sábado, 9 de abril de 2011

Massacres... incredulidade, dor e a questão: por que?

Mais um massacre. Agora em Connecticut (EUA).
O mundo fica mudo e sem ação diante de tamanha dor. 

Tempos atrás postei sobre um tsunami natural (ocorrido no Japão) e depois sobre um massacre ocorrido pertinho de nós, (Rio de Janeiro): abominável catástrofe humana. 
Agora mais um, nos EUA, com a morte de 26 pessoas. Muita dor, incredulidade, mexe com o nosso íntimo, com as nossas entranhas.
Segue abaixo o que escrevi na época do ocorrido no Rio de Janeiro:

As manchetes desta semana, de todos os jornais do Brasil, referiam-se ao massacre no Rio de Janeiro e a dor e a indignação de um país diante de tamanha calamidade. Um rapaz mata doze adolescentes de uma escola e deixa outro tanto em estado grave nos hospitais.

            Este crime hediondo fez-me lembrar de um livro do Philip Yancey, intitulado “Para que serve Deus (em busca da verdadeira fé)”. Neste livro, após sobreviver milagrosamente a um acidente de carro, Yancey recebe um convite para falar na escola “Virginia Tech”, onde 32 alunos e professores foram assassinados por um estudante coreano, em 2007.

            Em convalescência e com muita dificuldade física ele se deslocou para a cidade de Backsburg (EUA) para ministrar um pouco de conforto aos familiares e amigos, todos aturdidos e paralisados, sem conseguirem entender o momento em que viviam. Muitos se perguntavam: “Por que?” e “E agora”? A dor da perda é tão grande que o tempo parece parar e tudo perde o seu significado. Uma agonia que expõe, desnuda as intenções, valores, crenças, a vida. Num momento como este, de alguma forma o interior, a percepção do mundo muda para sempre.

            Yancey compara esta dor com uma ferida lancinante e exposta que atinge não somente a camada externa, protetora da pele, como também o tecido conjuntivo (mais profundo). Em sua mensagem ele incentiva a comunidade a se unir, a ajudarem-se mutuamente. Incentiva a busca de um Deus consolador que deu liberdade de opções ao homem e chora ao ver a miséria do nosso coração. Incentiva a abrirmos os olhos e a contemplarmos a natureza, a repensarmos no que valorizamos, a cultivarmos a vida interior, a bondade, a dignidade, o amor e o perdão. Finalmente incentiva a busca de uma fé que faça diferença; a companhia de irmãos numa igreja sensível, que acolhe o ferido, chora com os enfermos, que ensina o perdão e a graça de Deus. Somente o perdão pode ajudar a curar as feridas resultantes do ódio e do fanatismo.

            Yancey relembra Nelson Mandela, preso por 27 anos e, finalmente, eleito presidente da África do Sul, com o poder de exterminar seus desafetos. Porém, este homem perdoa seu carcereiro, os policiais que o aprisionaram injustamente e diz que o seu país precisava mais de cura do que de justiça. 

Vivemos hoje numa sociedade individualista, materialista que necessita rever o que tem buscado; repensar atitudes, sentimentos e buscar desenvolver mais a compreensão, a solidariedade. Pararmos de resmungar nos cantos da vida a respeito de como tudo está feio, “que o mundo está perdido” e refletirmos, especialmente, no que temos feito para modificar o curso desta história, a começar em nós mesmos. Buscarmos em Deus, o Único que pode nos ensinar, lições de perdão, de amor, de generosidade, de pensamentos dignos.

"Porque nenhum de nós vive para si mesmo, nem morre para si.
Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos;
se morremos, para o Senhor morremos (Rm 14.7-8).

            Para os enlutados, para os que sentiram de perto o gosto amargo da perda ,a distância nos habilita somente a sermos intercessores, a ficarmos na brecha, clamando a Deus para que a igreja local saiba consolar, conceder o “colo” que tanto precisam. Que neste momento de angústia, ela se una num ajuntamento preventivo e terapêutico, cumprindo a sua missão de transmitir (em atitudes) o amor que provém do Pai. E, que o nosso Deus, Príncipe da Paz, de imensa bondade, revista os que sofrem com vigor, com ânimo de modo que consigam se levantar e continuar a sua jornada.  

          Que o Deus da nossa salvação, que faz novas todas as coisas, continue nos ajudando, dia após dia, a mantermos firmes a nossa esperança de vê-Lo na eternidade face a face, e então, Ele mesmo enxugará toda lágrima dos nossos olhos e a morte, o luto, o pranto e a dor já não mais existirão (Ap 21.3-5). ALELUIA!

segunda-feira, 4 de abril de 2011

'Como recomeçar diante do nada?'

          Às vezes fico impressionada pensando na força tremenda que Deus colocou no interior do ser humano! Há um dínamo, um vigor dentro de nós que nos habilita a prosseguir mesmo diante de perdas imensas, mesmo com o coração em frangalhos, mesmo no meio de destroços.
       A Revista Veja desta semana (edição 2210) relatou sobre a cidade de Minami-sanriku que foi tragada pelo tsunami e perdeu mais da metade dos seus habitantes. A reportagem enfoca uma das famílias desta cidade, proprietária de uma empresa de materiais de construção. Alguns membros desta família morreram e outros estão hospitalizados. Entretanto, três dos sobreviventes, diariamente comparecem ao local onde funcionava a empresa, hoje atulhada de lixo. Os três, com luvas, muita paciência e esperança, limpam o local. Na semana passada encontraram forças para comemorar a retirada da metade do lixo que restara de sua firma. Vão reerguê-la? Não sabem. Sabem que existe um trabalho a ser feito e fazem.
     Pense um pouco sobre sua vida. Há alguma área em ruínas, necessitando de uma faxina, de uma reforma, muitas vezes de transformações radicais? Como recomeçar quando as colunas desabaram e nada mais resta? Como recomeçar diante do nada? Antes de qualquer coisa é preciso reflitar sobre aonde suas estacas foram fincadas...
  1. Caminho de Deus ou atalhos enganosos?
“Considero os meus caminhos e 
volto os meus passos para os teus testemunhos” (Sl 119.59).
       Muitas vidas perderam o sentido, desmoronaram, sofreram tsunamis porque estão distantes do caminho do Pai. Muitos se desviaram e tomaram atalhos enganosos. Edificaram para si construções frágeis em terrenos instáveis, alicerçados em valores humanos, perecíveis, muitas vezes fúteis, vazios de significados.
Muitos até ouvem a Palavra do Pai, mas não a praticam. Como Leomam meditou na última sexta feira, no encontro de casais da igreja (Lucas 6.41-49): “Se não praticar... a casa cai!”.
Como recomeçar? O recomeço começa com avaliações, como ‘considerarmos’ o caminho por onde temos andado. Nossas decisões estão de acordo com o projeto de Deus para nossas vidas? Como saber? A Bíblia descreve com detalhes o propósito de Deus para cada um de nós. Vamos meditar, consultar esta preciosa Palavra. Se nossas atitudes, escolhas não condizem com os mandamentos do Pai, é hora de parar, retornar os passos para os testemunhos de Deus... Hora de afastar os olhos de tudo que é inútil, estéril. Hora de voltar para casa do Pai. Distante dela só restam destruição e entulhos. Deus diz: “Tornai-vos para mim, e Eu me tornarei para vós outros... O que havemos de tornar?” (Ml 3.7).
Agora, se o nosso sonho, o nosso alvo está afinado com o plano de Deus, podemos avançar confiantes. Esta primeira reflexão é básica, sabe por quê? “Porque sem Deus nada somos e nada podemos fazer” (Jo 15.5). A segunda reflexão diz respeito à consistência da nossa disposição:

2. "Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem" (Ex 14.15)
“Dispõe-te, resplandece, porque vem a tua luz, 
e a glória do Senhor nasce sobre ti” (Is 60.1).

O grande ex-presidente dos EUA, Abraham Lincoln, disse: "Ando devagar, mas nunca ando para trás.” 
Há hora de clamar, hora de buscar a vontade do Pai e hora de ir em frente, com estratégias, entusiasmo, braços firmes, ousadia e o essencial: parceria firmada com o Rei de Israel.
      Durante a marcha, vigilância, consciência que o adversário está à espreita, em busca de brechas, cochilos. Muitos inimigos surgem fantasiados de ovelhas, com balido manso e insistente, buscando abalar nossos sonhos, expor nossas limitações. Querem nos desanimar, amedrontar, nos desviar para os atalhos dos vícios, da injustiça, da ranço, do caminho fácil, distantes do plano de Deus. 

     Entretanto, quando temos parceria com o Pai Eterno, os inimigos podem nos aborrecer, mas não conseguirão nos paralisar, afrouxar nossos braços ou desviar-nos do caminho. Porque maior é o que está em nós, do que o que está no mundo (1 Jo 4.4).


“Bem-aventurado o homem cuja força está em ti,
em cujo coração se encontram os caminhos aplanados, o qual,
passando pelo vale árido, faz dele um manancial;
de bênçãos o cobre a primeira chuva” (Sl 84.5-6)



3. Perseverando sempre...
"...sabendo que a tribulação produz perseverança, 
e a perseverança, experiência;
e a experiência, esperança" (Rm 5.3-4)
           Sabe o que é a perseverança? Ela é avó da esperança! Pra ter esperança temos que exercitar nossa fé, perseverando na tribulação. Isso trará a experiência que deixará nossa fé robusta e a nossa vida cheia de esperança.
Portanto, nas lutas, quando não conseguimos vislumbrar avanços, não desanimemos: “Transportai um punhado de terra todos os dias e farás uma montanha" (Confúcio).  Sempre lembrando que a cada passo dado, mais perto estaremos do alvo.
Os obstáculos surgirão, pedras (às vezes montanhas rochosas), buracos (às vezes crateras), muralhas sem acessos. Entretanto, quando o sonho provém de Deus, Ele mesmo, nos bastidores, gera forças em nós para tirarmos os entulhos do caminho. Deus abre portões onde só tem muralhas, faz pontes em abismos. 
Com Deus nas batalhas somos maioria, invencíveis. Deus Altíssimo, que criou o nascer do sol e com ele renova a Sua misericórdia, a Sua aliança conosco.  “... Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã” (Sl 30.5b)
            Vamos recomeçar? 
      Reflitamos na área de nossa vida (familiar, profissional) que anda precisando de renovo e busquemos mais a Deus em oração. 
       Que o nosso Pai Altíssimo restaure relacionamentos, nos ensine a perdoar e a escolher, sob a luz da Sua Palavra, as estratégias que devemos usar para avançar. Vamos lá?
Que Deus nos conceda ânimo, garra, perseverança no enfrentamento até alcançarmos o alvo.
E que O Todo Poderoso nos abençoe.