“... Sob a Tua Palavra lançarei as redes" (Lc 5.5b)


'O Teu caminho, ó Deus, é de santidade.

Que Deus é tão grande como o nosso Deus?

Tu és o Deus que opera maravilhas e, entre os povos, tens feito notório o teu poder" (Sl 77.13-14)


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

'Jonas resiste, porém Deus não desiste' - Aprendendo com Jonas (Jonas 1)

Vamos caminhar juntos pelo livro do profeta Jonas?
Que Deus nos abençoe e fale ao nosso coração.

FUGAS (Jonas 1): ‘Jonas resiste, porém Deus não desiste!’
Jonas viveu na época do Rei Jeroboão II, no VII século a.C, quando recebeu de Deus a incumbência de levar ao povo de Nínive a seguinte mensagem: “Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida” (Jonas 3.4).
Nínive, capital da Assíria, era famosa pela sua violência, por roubar das comunidades vizinhas e por ser inimiga do povo de Deus.
Nínive (2011)
O texto conta que Jonas se dispôs sim, mas para fugir da presença de Deus (v.3). Por que Jonas fugiu? Há várias suposições:
1. Medo da missão (falaria para um povo violento);
2. Egoísmo ou preconceito (tratava-se de uma nação estrangeira, que ameaçava Israel);
3. Deus acabaria perdoando Nínive e, então, ele seria conhecido como um falso profeta (Jonas 4.2).
           
Jonas foge de Deus...
Por que, muitas vezes, fugimos da presença de Deus?
Fugimos da Sua Presença quando adiamos nossas orações, quando relutamos em converter nossas atitudes erradas e em cumprir nossa missão de anunciar a Sua Palavra.
São muitas as desculpas e várias as rotas de fuga: trabalho, família, computador, televisão, hobbies, vícios, sono.
Todo afastamento de Deus segue uma descida linear. Jonas parte de Samaria para Jope, com objetivo de ir à Tarsis (1 Rs 10.21-22, Sl 72.10). Afasta-se do local de sua missão e vai para longe e para baixo, cada vez mais... numa descida linear: 
Colina     -     Porto     -     Navio     -     Porão     -     Mar (peixe)

O que eu aprendo com a história de Jonas?
1.   Longe de Deus, a situação sempre pode piorar (um abismo chama outro abismo - Sl 42.7).
  Certo dia, convidamos um conhecido para ir à nossa igreja ouvir um pastor visitante. Após o culto, ele ficou muito zangado, disse que não voltaria porque o pastor tinha contado publicamente a sua história. O pastor nem o conhecia. Para nós ficou evidente que Deus queria falar ao coração deste jovem. Em seguida, por questões profissionais, mudou-se para outra cidade, onde veio a falecer, repentinamente, no prazo de um ano. Perdera a oportunidade de ter tido uma experiência com Deus antes de morrer.
 Perguntaram para um sábio quantos anos ele tinha e ele respondeu: - “Não sei, tenho os anos que me restam porque os anos que já vivi não os tenho mais, não são mais meus”.        
Não sabemos quantos anos ainda temos, quanto ainda viveremos... porém a responsabilidade é nossa de fazer com o que nos resta um grande banquete, na Presença de Deus que trará significado a cada um deles.   

Neste momento, onde está o seu coração? Se você sente-se distante, em rota de fuga, volte-se a Deus. Longe do Pai, tudo é difícil. Deus não prometeu isenção de tribulações, porém prometeu que estaria conosco, trazendo paz, doce e inexplicável paz, que só Ele pode oferecer, mesmo no meio de um tsunami.
E a paz de Deus, que excede todo o entendimento,
guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus” (Filipenses 4.6,7)

2. Aprendemos com Jonas que sempre que pegamos atalhos ou damos um ‘jeitinho’ fora da vontade de Deus, pagamos um preço alto.
“Jeitinho brasileiro”, considerado encantador e sinônimo de esperteza para muitos, preocupa. Vivemos numa geração que tem aprendido a torcer pelos anti-heróis e considerar caretice não aproveitar brechas para obter benefícios. 
Buscar levar vantagem em tudo é entendido, muitas vezes, como uma forma de sobrevivência interessante. Há quem até elogie como sendo algo criativo, próprio de quem se adapta melhor, tem ‘jogo de cintura’. 
Na prática significa burlar normas, indiferente ao padrão moral e social. Explicam tantas promessas não cumpridas, subornos, corrupções, fugas de responsabilidades.
Exemplos de ‘jeitinho’: transitar pelo acostamento; furar filas; entrar na contramão para fugir do engarrafamento; subornar guardas para não pagar multas de trânsito; pagar propinas para tirar carteira de motorista; colar nas provas; pagar para fazerem seus relatórios escolares e TCC; mentir sobre os motivos das falhas.
A princípio pode ser interessante, mas as conseqüências são sempre funestas: acidentes letais; profissionais incompetentes; fragilidade das instituições que deveriam educar e proteger os cidadãos; falta de paz; de comunhão; de alegria.

  Da mesma forma, a fuga de Jonas sinalizava calmaria, vantagens. Conseguiu vaga num navio, dinheiro para pagar, dormia profundamente no porão do navio, alheio a tudo. Entretanto, Deus manda um forte vento, uma grande tempestade.
 Tempestades, desertos (símbolos de carência, dor, solidão) podem ser usados por Deus para nos acordar, para falar ao nosso coração com o fim de redirecionar nossas vidas. Manifestam o amor de Deus:
“... Eis que eu a atrairei, e a levarei para o deserto, 
e lhe falarei ao coração” (Os 2.14).

Jonas resiste, porém Deus não desiste!
Você tem enfrentado tempestades? No que você tem se agarrado? Jonas agarrou-se ao sono (v.6). Os marinheiros agarraram-se a seus deuses (v.5). Entretanto, Deus não tem substituto (v.5). 

Na vida religiosa muitos tomam atalhos. Uns participam de várias seitas, querem estar em paz com todos os ‘deuses’. Outros, feridos, sentem-se traídos por algum irmão e abandonam a igreja. Assistem cultos na internet, na televisão e dizem que procuram a Deus do seu modo. É cômodo porque não assumem compromissos, tornam-se meros espectadores.
Entretanto, o preço a ser pago é alto. Este atalho não conduz a lugar nenhum, está fora do projeto de Deus e a angústia, a intranquilidade inundam estes corações.
Que tenhamos paciência em esperar sempre no Senhor. Que, mesmo com perdas visíveis, nunca negociemos os Seus princípios e nem tomemos, precipitadamente, atalhos enganosos.
Pergunte a Deus o que Ele quer ministrar, ensinar ao seu coração e disponha-se a obedecer, a mudar o rumo de sua história.

3. Aprendemos com Jonas que pessoas que estão fora da Presença de Deus tornam-se um perigo para o seu próximo.           
Os marinheiros tiraram a sorte (v.7). Jonas precisou ser lançado fora do navio para que a paz viesse.
A disciplina de Deus para aqueles que se distanciam da Sua vontade acaba respingando em quem está por perto. Um servo desobediente prejudica, se torna maldição para os que convivem com ele. De igual modo, quando a pessoa está dentro do projeto de Deus é abençoada e abençoa a todos.
Há muitos anos atrás ouvi uma mensagem (não me recordo o nome do pastor) que comparou a experiência de Jonas e Paulo. Vou tentar reproduzí-la. 
Ambos sofreram uma tempestade no Mar Mediterrâneo:

JONAS (Jonas 1)
PAULO (Atos 27)
Situação
Homem livre
Foge da presença de Deus (v.3)
Prisioneiro
Cumpre a vontade de Deus (v.1)
Durante as lutas
Dorme (v.5)
Participa, orienta e anima a todos (v.10, 21 e 22)
Testemunho
Quando confrontado (v.8-9)
Espontâneo(v.23-25)

Opinião das pessoas
Digno de repreensão (v.10)
Digno de admiração (At 28.10). 
De prisioneiro a líder do navio.

Sua Presença
Maléfica: para que todos se salvem precisa se afastar do navio (v.15-16)
Benéfica: para que todos se salvem, precisa permanecer dentro do navio(v.42-43)

Você tem sido uma benção no seu lar, emprego, vizinhança? Você tem buscado a Presença de Deus? Tem orado? Meditado em Sua Palavra? Ou tem tomado atalhos enganosos, dado um ‘jeitinho’, distanciando-se d’Ele?

Cada um de nós é responsável pela proximidade ou não de Deus em sua própria vida. Que como Paulo, façamos diferença benéfica no meio em que vivemos.
Louvado seja Deus, que não desiste de nós. Deus que não se cala, fala conosco e nos dá oportunidades, enquanto vivemos.
“Se tu uma benção!” (Gn 12.2b)

‘Deus, ajuda-me a não retroceder, a não fugir da Sua vontade, a não tomar atalhos. Livra-me dos preconceitos e ensina-me a semear em todo tempo. Traga renovo, entusiasmo ao meu coração, aplaina diante de mim os caminhos que são Seus e desembaraça os meus  pés para que eu faça diferença benéfica aonde quer que eu vá, sempre sob a Sua direção. Em nome de Jesus que tem me ensinado amor, misericórdia e obediência absoluta ao Senhor. Amém!’

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