“... Sob a Tua Palavra lançarei as redes" (Lc 5.5b)


'O Teu caminho, ó Deus, é de santidade.

Que Deus é tão grande como o nosso Deus?

Tu és o Deus que opera maravilhas e, entre os povos, tens feito notório o teu poder" (Sl 77.13-14)


quinta-feira, 20 de março de 2014

'Pavios queimados'

Ligamentos que fortalecem - Aprendendo com as aves
Texto Bíblico: “Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito" (Jo 15.7).

Como uma ave consegue cochilar apoiada em um frágil galho?
O segredo está nos ligamentos dos seus tornozelos (falso joelho). Nessas articulações, o fêmur se conecta ao tibiotarso (canela) e fíbula (lateral da perna). Ao dobrar os joelhos, os seus pés agarram-se no apoio1.

Muitas vezes nos assustamos com a fragilidade das estruturas que deveriam nos sustentar; sejam políticas, ambientais, religiosas ou, até mesmo, familiares. Sentimos que estamos desabando.
Há momentos em que, cheios de fé, enfrentamos gigantes e, em outros, como Elias que fugiu da rainha Jezabel, tropeçamos num palito de fósforo. Sentimo-nos esgotados, queimados, como canas esmagadas, sem seiva, sem vigor. O jogo ainda não acabou e, mesmo assim, jogamos a toalha no ringue. Desistimos! Desistimos de lutar, desistimos de nós mesmos e já não cremos no amor e perdão de Deus. 
"É espantoso que muitas pessoas acreditem que Deus nos ama incondicionalmente enquanto somos pecadores, e contudo, a partir do momento em que passamos a fazer parte da família dele, seu amor fique condicionado ao nosso desempenho...
A alegria que Deus nos concede não pode desaparecer porque flui d'Ele, e não das coisas... O amor dele permanece, mesmo que ontem a noite você tenha se magoado a si mesmo ou à sua família" (Malcolm Smith no livro Esgotamento Espiritual).

Somos família do Senhor e o Seu amor, o Seu agir não depende do nosso desempenho. ALELUIA!!!
            Deus de poder que restitui vida a pavios queimados, que restabelece a chama do entusiasmo que tanto precisamos.
Capa do livro Esgotamento Espiritual - Malcolm Smith
Pela oração (no latim, precarius) posso chegar a Deus, me derramar, admitir minha insuficiência. Confessar que tudo está estreito demais, que sem Ele nada sou e nada posso fazer (Jo 15.5).

Deus diz a Moisés (1592 a.C a 1472 a.C) para preparar um incenso com estoraque, ônica, gálbano, temperado com sal. Deveria queimá-lo sempre no altar (Ex 30.1-10; 34-38).
Estoraque é uma resina que flui espontaneamente da mirra. Ônica é o rebordo que fecha a concha de um molusco que vive nas profundezas do mar e, que ao ser queimado, exala um aroma intenso. Das folhas moídas do gálbano se extrai um perfume e o sal simboliza nossa vida (nota da Bíblia de Estudo Almeida).
Estudiosos consideram que o incenso nos ensina como deve ser a nossa oração: contínua, espontânea, perfumada. Algo que brota do mais íntimo de um ser que foi triturado, queimado e que se volta por inteiro, ao Seu Redentor.
"A oração acalma o coração.
Os joelhos não batem quando nos ajoelhamos." (Charles Swindoll)

Nada, nem ninguém podem ter a força de apagar a Presença de Deus em nossa vida. A esperança n’Ele é maior que os desafios, que a lógica, que as evidências, que as impossibilidades. Resultado da certeza de um Pai de amor, que escreve nossa história, que trabalha para os que n’Ele esperam (Is 64.4).

Orar faz diferença? Sim, ela muda o nosso coração, direciona os nossos sonhos. Os que buscaram a Deus presenciaram milagres e foram brindados com a intervenção direta de Deus. Pessoas que marcaram época e cujo denominador comum foi o longo tempo passado com o Pai.
Conta-se que a rainha Mary da Escócia dizia temer mais as orações do reformador John Knox (1510-1572), do que a todos os exércitos da Escócia2.

Quando dobramos os joelhos compreendemos, ainda que parcialmente, a grandeza e santidade do nosso Deus: 
“Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem.
Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza”.(Jó 42.5).

Oração: “Senhor, perdão porque quando as aflições me sobrevêm tenho me queixado que o Senhor se esqueceu de mim. Confesso que a falha é minha, que preciso buscá-Lo mais, depender mais do Seu agir, submeter-me totalmente à Sua vontade. Obrigado por não desistir de mim. Ajude-me a ter sensibilidade em ouvir a Sua voz e a obedecê-Lo, em todo tempo. Por Jesus, amém!”

1  Reece, W.O. Functional Anatomy and Physiology of Domestic Animals. Wiley-Blackwell Publishers, 3rd ed., 2004, 513 p.
2  Duewel, W. Heróis da vida cristã. Editora Vida, 2002, 247 p.
       

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